Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou com um bilhete na boca, escrito:
– Pode me mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?
Junto com o bilhete havia uma nota de 50 reais! Então, o dono do açougue separou a carne, colocou-a numa embalagem plástica junto com o troco, e pôs na boca do cachorro. Como já era quase hora de fechar o estabelecimento, o proprietário decidiu seguir o animal.
Quando o cachorro chegou no semáforo, deixou o saco no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente e, depois, foi caminhando pela rua até parar numa casa. Pôs as compras na calçada, correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso, mas ninguém abriu.
Então, circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e bateu com a cabeça no vidro várias vezes. Logo um senhor enfurecido saiu e começou a bater no cachorro. O açougueiro correu até a pessoa e o impediu, dizendo:
– Por Deus do Céu, o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!
– Um gênio? – respondeu. – Esta já é a terceira vez que este estúpido esquece de levar a chave!
Veja se concorda com a moral da história: ‘A gente pode até continuar excedendo às expectativas de muita gente, mas, para os olhos de alguns, estaremos abaixo do esperado’.
Isso nem sempre é verdade, mas quanto já aconteceu na nossa vida! Esforçamo-nos além do normal para atingirmos a perfeição em algumas situações e… recebemos críticas! Melhoramos e… recebemos mais críticas! Serve de consolo saber que é assim com todo mundo. Se até Cristo continua não sendo o Líder de muita gente, quanto mais nós!
Olhando por outro ângulo, às vezes é bom que isso aconteça porque serve para lembrarmos que somos falíveis e pouco conseguimos sozinhos. ‘A união faz a força’, diriam, porém, também nem todo mundo pensa assim. Luís Fernando Veríssimo, por exemplo, acha que já tem experiência suficiente para caminhar sem muitos conselhos, e escreveu:
“Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere! Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde:
Prazer faz muito bem; dormir me deixa zero quilômetro; ler um bom livro faz-me sentir novo em folha; viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas, porém, incham-me o cérebro e volto cheio de ideias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca; ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago; testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais? Os médicos deveriam proibir – como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem – você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde. E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda! Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer e não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca! Conversa é melhor do que piada; exercício é melhor do que cirurgia; humor é melhor do que rancor; amigos são melhores do que gente influente; economia é melhor do que dívida; pergunta é melhor do que dúvida; sonhar é melhor do que nada. E quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”
Pois é, nisto eu concordo com o escritor: ‘A nossa vida sempre muda!’; mas eu diria que há muitas influências de pessoas que procuram complicar o que está dando certo. É comum, em nossos dias: ouvirmos reclamações de alguém que se sentiu desrespeitado em seus direitos; vermos pais que são os próprios exemplos de desonra; conhecermos cidadãos que a palavra não tem o peso que deveria; enfim, fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem, não está mais em moda.
Por essa razão, antes de reclamar dos efeitos, devemos pensar se não estamos contribuindo com as causas, direta ou indiretamente. E só há um caminho para não frustrarmos as boas expectativas do nosso comportamento: praticar os ensinamentos de Jesus.
No capítulo 11 do Evangelho de São Lucas, um fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tinha lavado as mãos antes da refeição. Vendo que a expectativa daquele homem poderia ser mais bem ajustada, Jesus falou: “Vós limpais o corpo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Antes, dai esmola do que vós possuis e tudo ficará puro para vós”.
Portanto, podemos também adequar as expectativas às reais necessidades de cada um. Unidos e aceitando os conselhos de Jesus, seremos melhores e mais fortes.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).