O ano de 2021 se encerra com a economia tendo enfrentado enormes dificuldades, o PIB, por exemplo, apenas retomou o suficiente para recompor a queda expressiva do ano anterior. Portanto, temos um acumulado de 2 anos sem avançarmos na geração de riquezas em nosso país. Tal situação é refletida no nível de desemprego que atingiu patamar de recorde histórico em 2021 e não se recuperou ainda.
Para 2022 espera-se um ano com muitas dificuldades no que diz respeito aos avanços no cenário econômico. É esperado um ano com altas taxas de juros, com o objetivo de conter a inflação a taxa básica controlada pelo Banco Central do Brasil deve ficar alta. E isto significa desestimulo ao consumo e ao investimento em bens de capital físico, uma vez que aumenta o custo de oportunidade em relação a poupar o dinheiro e aumenta os custos de financiamentos, parcelamentos e tomada de empréstimos.
Em 2022 também teremos eleições presidencial, de governadores e dos legislativos federal e estaduais. Ano onde reformas mais significativas ficam mais limitadas e o populismo que já está em alta no nosso país ganha ainda mais força nas mãos de políticos que estão mais preocupados com a reeleição do que em fazer o bem para a economia do país.
Os estados terão orçamentos recordes, uma vez que boa parte da arrecadação é proveniente de impostos do tipo Ad Valorem, ou seja, aqueles que são arrecadados como uma parcela do valor do produto e que em momentos de inflação alta como em 2020 e principalmente 2021, implicam em maiores receitas para os estados. As despesas de certa forma congeladas até 2021 devem ser revistas em 2022 com aumento de gastos destes entes.
Em um nível mais macro o governo federal já vem mostrando total descontrole com as contas públicas, também atingindo recordes de déficits nas suas contas, não faltando propostas de benesses para atender ementas parlamentares das mais suspeitas possíveis, aumentos de despesas partidárias nos seus diversos fundos, propostas de aumentos para classes privilegiadas do funcionalismo público e programas com intenção de cooptar os votos da parcela mais vulnerável da população. Em 2022 tudo isto deve apenas ser amplificado.
Em um curto prazo todo este dinheiro que em parte, pelo menos, circulará na economia poderá resultar em algum incremento de renda para a população, muito embora também possa em grande parte estimular ainda mais a concentração de renda na mão de poucos no nosso país. E no longo prazo como já sabemos a conta a ser paga será alta e acrescida de juros.
Enquanto isso, você nosso leitor assíduo, deve se preparar para 2022 lembrando das contas que chegam logo no início do ano como IPTU e IPVA. Em particular o IPVA em 2022 terá reajuste em sentido de alta, algo que é atípico em períodos de maior normalidade na economia.
Carros usados com o passar do tempo tendem a se desvalorizar, mas a inflação no Brasil, associada com a escassez de componentes essenciais para a indústria automotiva geraram uma alta não apenas do valor do carro novo, mas também dos carros usados. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe) que elabora a tabela de preços médios de veículos mais utilizada no Brasil e que é tomada como base para o cálculo do valor do IPVA em todos os estados do Brasil, teve reajuste médio superior a 26% na comparação com os valores adotados para o IPVA de 2021. Ou seja, o IPVA que é calculado a partir de uma alíquota aplicada no valor do veículo sobe na mesma proporção que o valor do veículo na tabela Fipe.
Em especial no estado de Minas Gerais, onde tipicamente se aplicava a alíquota de 4% sobre o valor do veículo na tabela Fipe neste ano está previsto um reajuste em relação a 2020 que foge da a regra de valor de mercado dos veículos. Com uma proposta do executivo do governo do estado aprovada na assembleia legislativa o reajuste será de cerca de 10,6%, ou seja, reajustado pelo IPCA do IBGE e não pelo preço médio de mercado da tabela Fipe.
Este que é um benefício que os mineiros irão se aproveitar ainda assim significa um aumento expressivo no valor a ser pago em relação a 2021, portanto, espere um IPVA mais alto em 10% em 2022. E não se esqueça do IPTU que terá seus reajustes a depender do município de cada imóvel.
Com a expectativa que todos consigam em 2022 os melhores resultados econômicos, mesmo diante do cenário das maiores adversidade que se espera, despedimos com os melhores votos de felicidade e saúde para todos em 2022.
Feliz natal e boas festas!
Em 2022 continuaremos trazendo gotas de conhecimento em economia e finanças para todos que nos acompanho no Conexão Itajubá!
AUTORES:
Prof. Dr. André Luiz Medeiros
Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo
Prof. Dr. Victor Eduardo de Mello Valério