O transporte coletivo de Itajubá enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história. O gerente do Expresso Valônia, José Romeu Fiúza, detalhou a situação financeira da empresa e alertou para a possibilidade de paralisação total das atividades, caso não haja avanço nas negociações com o poder público.
Segundo Fiúza, o sistema opera hoje com cerca de 78 colaboradores e 21 ônibus atendendo áreas urbanas e rurais. O custo operacional mensal é de R$ 1.178.930,40, enquanto a receita gira em torno de R$ 353.502,00, resultando em um déficit de aproximadamente R$ 761 mil. Em picos recentes, o prejuízo chegou a R$ 903 mil.
O gerente afirma que o cenário se agravou após a pandemia, quando a redução de demanda e de oferta de linhas comprometeu a sustentabilidade do transporte. Fiúza defende que o equilíbrio do contrato depende de subsídio público, previsto em lei, já que a tarifa cobrada — atualmente de R$ 4,00 — está muito abaixo do custo real do serviço, estimado em cerca de R$ 14,99 por passageiro.
Até dezembro de 2024, a prefeitura aportava R$ 350 mil mensais em subsídio, o que ajudava a manter a operação mínima. Com o fim do repasse, a empresa afirma estar recorrendo a empréstimos para seguir funcionando e alerta que não há mais margem para sustentar o sistema sem apoio financeiro.
Fiúza relata que o sindicato da categoria condiciona a continuidade do serviço ao pagamento regular dos funcionários e afirma que, se não houver resposta oficial até segunda-feira, os ônibus poderão ser recolhidos. O gerente diz confiar que o município apresentará solução, evitando que 45 anos de operação sejam interrompidos.
Por Redação, com informações de José Romeu Fiúza