Vírus. Quantas pragas sofreu a humanidade por desconhecer essas microscópicas formas de vida? Não fosse pelos experimentos de Pasteur, ainda hoje ignoraríamos essa realidade da Natureza. Não fosse pelas observações de Galileu, seguidas de sucessivos expoentes da ciência natural, ainda hoje seríamos presunçosos habitantes do centro do Universo.
Não custa, pois, agora, um pensamento de gratidão aos cientistas do presente e do passado. Estes não são mais que a continuidade daqueles que, com suas pesquisas ao longo de séculos, mostram que ciência não é religião, não tem partido, não tem ideologia, não tem dogmas. Fazer ciência significa acender uma luz na escuridão da ignorância.
O isolamento imposto por forças da Natureza, em pleno século 21, parece querer mostrar aos homens do presente que estamos nos desviando do caminho do respeito às Leis Naturais. A habitualidade com o erro tem chegado ao ponto de, em meio a uma guerra, países negociarem um cessar-fogo para atenuar a dor dos atingidos pelas tragédias.
Acaso existe tragédia maior do que uma guerra?! Passada a pandemia se poderá dar continuidade à guerra?! É isso o que se quer?! O mais incrível é perceber que a guerra se tornou algo natural na vida de muitos. A tecnologia levou as guerras para a tela da TV. Parece videogame. Mas a realidade está em que os homenzinhos que ali aparecem são seres humanos de verdade e suas mortes assistidas com total indiferença.
Desde o nascedouro da ciência, muitos perceberam esse desvio, mas suas ideias foram banidas pela ignorância dos que tinham a seu cargo a condução de povos e nações.
Entretanto, o Natural é o que é da Natureza, uma doença, por exemplo. Por que cientistas e estadistas não são capazes de eliminar as guerras? O que lhes falta descobrir para que a humanidade não tenha de continuar vivendo essa tragédia? Será que conhecem a realidade de sua vida interna? Será que percebem os pensamentos e sentimentos com os quais convivem em íntimo colóquio? Será que nada perturba suas horas de sono?
Eis aí um bom campo de pesquisas, uma realidade sobre a qual. pouca investigação foi feita. Quando fizerem isso, perceberão que as guerras, tal qual essa pandemia, também têm origem nos pensamentos, definidos pela Logosofia como entidades psicológicas autônomas que passam de uma mente a outra sem qualquer dificuldade.
Nesse mundo de fácil transmissão e acesso às informações, não há como impedir a circulação de pensamentos. Aliás, não se deve impedi-la. A informação é necessária às democracias. Também não basta que os já imunizados – os que distinguem a verdade da mentira – queiram proteger os demais. Isso não será suficiente nessa guerra de informações, porque o problema não está na ação, mas na intenção que o emissor insere na mensagem.
O surgimento de novos vírus e pensamentos não cessará. É Lei Natural. Para alcançar imunidades no império dos pensamentos, deve-se adquirir conhecimentos, equipar a consciência, criar defesas mentais – outro importante conceito logosófico. Não há, pois, que se preocupar com os transmissores, mas sim cuidar dos receptores fazendo com que estes, desde a infância, adquiram conhecimentos e aprendam a evoluir a própria consciência. Afinal, todo cientista, todo dirigente, foi criança um dia. Essa é a nobre missão que, em número ainda reduzido, pais e educadores começam a cumprir após perceberem em si mesmos a realidade dos pensamentos na Criação.
A mente sem defesas não é capaz de discernir “fake news” de “real news”. Para ela, tudo é News.
Um pensamento de Paulo Roberto Arantes