Está acontecendo um crescimento cada vez maior no numero de reclamações no PROCON e isso se deve a vários fatores juntos. Dentre esses fatores temos o aumento da chamada classe média cujo poder aquisitivo aumentou junto da difusão do crédito e a evolução do mercado, produzindo e vendendo mais. Junto a isso o nível de exigência está crescendo, o que e explica o aumento nas reclamações.
Além desses fatores citados, existe um em particular que se soma à equação. O órgão de defesa agregou novos tipos de ações para melhor atendimento levando a demanda a aumentar.
Entre 2010 e 2012 houve um crescimento de mais de 100% na demanda. Isso já era esperado, uma vez que a mudança do espaço físico do PROCON para um lugar plano e central de fato facilitou muito o acesso. Ligado a essas mudanças, como já foi dito, está o aumento no consumo e, como o órgão fica como referência, as pessoas o procuram.
Quando o produto não tem um valor agregado alto não é conveniente para a pessoa lesada entrar na justiça, logo existe uma tendência dela procurar o PROCON que vai fazer isso pra ela sem cobrar nada.
O campeão de reclamações é o assunto financeiro e, dentro daquela área, os financiamentos, cartões e problemas com bancos comerciais.
Um problema muito comum foi a quitação antecipada, onde a pessoa possui um financiamento e deseja quitar a dívida recebendo um desconto proporcional dos juros e ela não pode ser cobrada por isso. O que acontecia é que as pessoas estavam tendo uma grande dificuldade em conseguir o boleto para fazer esse encerramento, uma vez que o boleto tem que vir com o desconto.
Não era interessante para as financeiras esse encerramento, logo elas estavam colocando várias barreiras e, para conseguir quitar a dívida, o consumidor acaba procurando o PROCON. Esse tipo de atitude por parte da empresa pode inclusive gerar um processo, onde as reclamações dos municípios no órgão de defesa vem a ser o fundamento das acusações.
Outra questão é a prática, envolvendo advogados, financiamentos e empresas, de pirâmide que é aparentemente legal. A prática promete ganhos anormais e isso atrai muitas pessoas, no entanto, como toda pirâmide, uma hora ela arrebenta, levando junto todos que estavam envolvidos.
O PROCON não recebeu nenhuma reclamação nesse sentido, mas alerta para a prática “não existe almoço grátis” comenta o Coordenador do PROCON Itajubá Dr. Vinícius Marques. Fórmulas milagrosas não existem, alguém está pagando por isso e a hora que o dinheiro falta é quando quebra e as pessoas são levadas ao prejuízo.
Ainda sim é muito difícil para os órgãos e instituições controlar as pirâmides porque eles criam a aparência de algo legal e o crime só vai acontecer quando se chega nos efeitos, quando a pirâmide quebra. Por isso é preciso muito cuidado com essas coisas muito fáceis, é preciso desconfiar.
Assita ao vídeo com a entrevista completa.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM