
Continuando a serie de matérias explorando as principais modalidades de receitas do Flamengo, nessa edição vamos explorar a monetização em que no Brasil na ultima década salvou os clubes da falência ao mesmo tempo em que os condicionou a uma forte dependência, tendo que aceitar que a grande Rede Globo tomasse as decisões de calendários e horário de jogos, bem como as regras de novos contratos. Por muitos anos, a Globo quase monopolizou os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro Série A, exibindo os jogos na TV aberta (TV Globo) e na pay-per-view (Premiere), além dos canais SporTV. Em 2009, a Globo assinou um contrato histórico de 1,4 bilhão para três anos (2009 a 2011), garantindo sua hegemonia por três anos. Os clubes que no geral estavam endividados assinaram e começaram a antecipar receitas de anos futuros para pagar dividas do presente. Esse fator, embora tenha ajudado resolver problemas imediatos, acabou por comprometer os orçamentos futuros, gerando um ciclo de dependência que foi benéfico para a emissora de televisão, mas péssimo para a gestão dos clubes, começando um ciclo de endividamento que estourou pós-pandemia. Em 2012, final da gestão da presidenta Patrícia Amorim, o Flamengo teve como receita total anual 208 milhões com uma divida de 803 milhões. Já no exercício de 2013 com a gestão do presidente Eduardo Bandeira de Melo, a arrecadação já aumentou em 59 milhões graças ao titulo e premiação da Copa do Brasil e o aumento da receita de sócio torcedor. Em 2013 as regras de remuneração de televisão começaram a ser diferenciadas em função da audiência. Assim, os clubes com maiores torcidas como Flamengo e Corinthians começaram a receber mais, gerando muita revolta nos demais clubes. O Flamengo, por exemplo, recebeu em 2023 uma receita de R$275,2 milhões, o Corinthians R$187,2 milhões, o Grêmio R$170,1 milhões. A regra tinha como critério de definição: 40% eram repartidos igualmente entre os clubes, 30% era conforme número de jogos transmitidos e 30% como premiação baseada na classificação final. Pulando para o ano de 2024, o Flamengo mais uma vez tem receitas maiores que seus principais rivais na modalidade direitos de transmissões. Conseguiu o valor de 453,5 milhões (35% do total de receitas). Em 2025 com a criação das ligas que passaram a negociar a remuneração das receitas dos clubes, o contrato está condicionado até 2029 e também houve alterações e dessa o Flamengo foi prejudicado, perdendo algo em torno de 100 milhões de reais/ano. O critério segue a distribuição com 40% igualitário, 30% por desempenho na competição e 30% por audiência/torcida em assinaturas. A divisão desse bolo gerou grande revolta do novo presidente eleito que está buscando meios judiciais para recuperar esse espaço perdido. É importante ressaltar que o presidente anterior (Rodolfo Landim) que assinou o contrato em vigor com a liga Libra. Embora essa modalidade de receitas seja muito significativa para que o Flamengo consiga a chegar ao total de faturamento/ano, várias outras estratégias estão sendo desenvolvidas na qual estaremos explorando nas próximas edições de nossa coluna.
Pelo menos essa é a minha opinião!
Por Professor Ronaldo