
O esporte é universal, e isso com certeza é unanime. Está presente em todos os lugares, independente de cultura, época e sociedade, seja em uma grande competição ou até mesmo em uma simples brincadeira de rua. Mas, mais do que entretenimento, ele carrega em si uma ação transformadora: a capacidade de unir pessoas, promover saúde, bem-estar e, especialmente, incluir.
Falar em “esporte inclusivo” é afirmar e garantir que todos, sem exceção, possuem o direito à prática esportiva e à vivência de tudo que ela ensina. Isso significa acolher crianças, jovens, adultos e idosos, independentemente de gênero, condição social, deficiência física ou intelectual. O esporte, quando vivido como lugar de respeito e diversidade, torna-se um caminho de cidadania e inclusão.
Historicamente, pessoas com deficiência foram afastadas de diversas atividades, incluindo o esporte. A criação dos Jogos Paralímpicos, em 1960, foi uma conquista para maior e melhor visibilidade e valorização de atletas com deficiência. Desde então, inúmeras modalidades adaptadas ganharam espaço: o vôlei sentado, o futebol de 5 (para deficientes visuais), o basquete em cadeira de rodas, o Futsal Down, entre tantas outras.
Mas a inclusão vai muito além das competições de alto rendimento. Em escolas, clubes e comunidades, a presença de esportes e atividades que acolhem e valorizam a diversidade, permite que as crianças e jovens aprendam desde cedo a conviver com as diferenças, valorizando não o que falta, mas as potencialidades que cada um pode oferecer.
Antes da chegada do Rafa, não imaginava o quanto o esporte poderia ser ferramenta de transformação também para pessoas com síndrome de Down (T21), ainda mais falando de esportes coletivos.
Com a “descoberta” do Futsal Down, pude “sentir na pele” que o esporte não é apenas lazer ou competição para o Rafa, é um espaço de aprendizado, socialização, disciplina e autoestima. Dentro de quadra, ele encontra oportunidades de mostrar suas capacidades, superar limites e, principalmente, sentir-se pertencente a um grupo.
Aqui em Itajubá, o T21 Arena Park Futsal Down Itajubá é um exemplo vivo dessa inclusão. O projeto reúne crianças, jovens e adultos com T21 que encontram no futsal muito mais do que um esporte: encontram amigos, aprendem valores, melhoram sua qualidade de vida, celebram conquistas e mostram para toda a sociedade que a verdadeira conquista está em participar. Ver o Rafa treinando e jogando com seus amigos com a T21 é enxergar “ao vivo e em cores” a força que o esporte tem de transformar vidas e abrir oportunidades e caminhos de esperança.
O impacto do Futsal Down na vida dessas pessoas, não se resume apenas ao condicionamento físico. Ele promove autoestima, autonomia, disciplina e espírito de equipe. Ao praticar uma atividade esportiva, a pessoa com deficiência deixa de ser vista apenas pela sua limitação e passa a ser reconhecida por sua capacidade, esforço, dedicação e o amor verdadeiro ao esporte.
O verdadeiro valor do esporte inclusivo não está no placar final, mas na participação. Ele mostra que o mundo pode ser mais justo quando todos têm espaço para participar. E mais: ensina que todos podem ser protagonistas de sua vida, pois cada um, com suas habilidades e limitações, pode entrar em quadra e fazer a diferença.
O esporte, quando aliado à inclusão, revela sua essência: ser um direito, uma celebração da diversidade e principalmente a realização de um sonho!
Eduardo Hideo Sato – Pai do Rafael de 13 anos que tem a T21, idealizador e coordenador da 1ª equipe de Futsal Down do Sul de Minas, o @t21arenapark.