Na reunião ordinária da Câmara Municipal de Itajubá da última segunda-feira, 18, o vereador Sargento Pereira pediu ao prefeito Rodrigo Riera que forneça subsídios à Expresso Valônia neste momento de pandemia.
A justificativa da indicação do vereador é que, por conta da frota reduzida e do número baixo de passageiros, “a empresa não conseguirá honrar com seus compromissos financeiros no pagamento de funcionários, fornecedores e demais”.
O Conexão Itajubá entrou em contato com o gerente da Expresso Valônia, José Romeu Fiúza dos Santos que falou sobre o assunto. Confira a entrevista na íntegra:
1 – Quanto é, aproximadamente, a queda na demanda de passageiros durante a
pandemia?
Nossa demanda caiu 85%. Apesar disso, ainda estarmos operando com uma oferta
de serviço muito além da demanda. É enorme o descompasso entre a demanda e a oferta de serviço, pois apesar de tudo, o prefeito, somente autorizou no decreto a redução de 50% da oferta de serviço.
2 – Que soluções o Expresso Valônia tem encontrado para resolver o problema?
Já lançamos mão de todos os meios lícitos e possíveis para manter a empresa funcionando, mesmo amargando prejuízos exorbitantes, mas não estamos vendo saída. Estamos trabalhando dentro das diretrizes traçadas peças medidas provisórias 927 e 936 do governo federal.
Antecipamos férias, fizemos a redução de jornada de trabalho e parcelamos dívidas com fornecedores. O problema, é que o que restou, não estamos tendo receita para honrar os compromissos assumidos.
Em razão disso, nossos fornecedores não vendem mais a prazo e não temos fluxo de caixa para pagamento a vista.
A prefeitura de Itajubá que é responsável por 34% da receita de vale transporte, parou de comprar, isso era uma receita certa todos os meses. Não a temos mais. Já enviamos vários estudos para o Município, demostrando as perdas, para que sensibilizem salvem o transporte coletivo de itajubá, mas até o momento não obtivemos nenhuma resposta.
3 – Algum trajeto percorrido pelos ônibus foi alterado?
O decreto municipal alterou todo o sistema, reduzindo a oferta de serviço para 50%, visando restringir o fluxo de pessoa e conter o avanço do contágio do COVID– 19, uma vez que o transporte público é um dos maiores pontos de aglomeração.
4 – Os horários foram modificados?
Muitos horários foram modificados e divulgados para os passageiros. Quem quiser
ter acesso, é só acessar nosso site: www.expressovalonia.com.b, ou utilizar o aplicativo para celulares LineBus, disponível gratuitamente para download, que estão todos os horários.
5 – Quantos carros rodam normalmente e quantos estão rodando atualmente?
Frota Operante Normal 27 Carros / Atualmente disponibilizamos 13 Carros.
6 – Existe a possibilidade do Expresso Valônia suspender suas atividades em Itajubá?
Estamos ao ponto de a qualquer momento, comunicar às autoridades que estamos
jogando a nossa toalha no chão e isso seria uma paralisação total das atividades por falta de recursos. Como já dito, já lançamos mão de todos os meios lícitos e possíveis para manter a empresa funcionando, mesmo amargando prejuízos exorbitantes, mas não estamos vendo outra saída. Estamos abandonados e à deriva. Já não temos mais a quem recorrer. E CONOSCO, ESTÃO 150
EMPREGOS DIRETOS QUE OFERECEMOS A POPULAAÇÃO DE ITAJUBÁ.
Já é de nosso conhecimento que requereram do prefeito a liberação de transporte
alternativo ( quer dizer irregular). Isso é um absurdo! Não seria melhor utilizar
toda a estrutura já existente e subsidiar o transporte público como forma de
garantir a mobilidade urbana das pessoas? Afinal, quem usa o transporte público
são em sua maioria esmagadora a classe mais pobre que vai trabalhar todos os
dias.
Será que não seria o momento de a Câmara Municipal votar uma Lei em caráter
de urgência para socorrer o transporte público e manter a continuidade desse
serviço essencial ? Muitos municípios de nossa região já o fizeram. Assim também
fariam a sua parte, demostrando a preocupação com o povo de Itajubá.
E gostaríamos de esclarecer, que não se trata de socorrer a concessionária, e sim
ao transporte público o qual é de responsabilidade do Município.
Contudo, temos que respeitar as medidas de restrição impostas pelo Município
para a circulação de pessoas, pois as mesmas, colocam vida e a dignidade das
pessoas, acima de todos os objetivos materiais e sociais. Isso é corretíssimo! É a parcela de sacrifício de cada um!