Com a popularização dos aparelhos celulares o golpe do falso sequestro tem sido cada vez mais praticado pelos criminosos. Neste crime, os bandidos ligam para as vítimas e tentam, por meio de pressão psicológica, obter dinheiro dizendo que um parente próximo está sequestrado e sob ameaça de morte. Também é comum golpes onde o bandido se passa por um parente da vítima e pede dinheiro, porque o carro estragou na estrada ou porque sofreu um acidente.
O Delegado da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Dr. José Carvalho, explica que o golpe se centra no sentimento do medo e desespero da vítima. Uma característica desse crime é que o dinheiro é exigido de maneira imediata, o bandido não pode esperar muito pois o golpe será descoberto e o parente envolvido está normalmente em local de difícil acesso, seja em uma estrada sem sinal, seja em um cinema com o celular desligado. Muitas vezes a ação acontece de maneira conjunta, onde o parente também recebe uma ligação do bandido pedindo que desligue o celular por um tempo.
Em todos os tipos de golpe o importante é manter a calma. É preciso parar e pensar na situação. O crime de sequestro é um dos mais elaborados e o criminoso não irá tomar a pessoa, exigir o dinheiro e a matar em três minutos. O próprio sequestro relâmpago não se enquadra no golpe, nessa modalidade o criminoso faz a vítima lhe dar o dinheiro.
Seguem algumas dicas para se prevenir contra esse golpe:
- Não receba ligações a cobrar:Se o interlocutor for desconhecido, desligue. Policiais e bombeiros não telefonam para informar sobre acidentes (a tarefa cabe aos hospitais), nem ligam a cobrar.
- Não ajude o bandido dando-lhe informações:O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos informações que serão usadas para pressioná-las. Em nenhuma hipótese revele nomes de parentes a desconhecidos por telefone.
- Tire os adesivos do carro:Adesivos com o nome da academia de ginástica ou da faculdade, assim como placas que reproduzem o apelido dos motoristas (Bia, Léo etc.), além de páginas em redes sociais, são preciosas fontes de informação para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitarem este tipo de conduta, conhecida como “currículo automotivo”.
- Oriente também os idosos:Tanto ou mais do que crianças e empregadas, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis à manipulação dos bandidos. Muitas vezes, por se sentirem sozinhas, elas podem prolongar conversas com desconhecidos e acabarem por municiar criminosos.
- Pare para raciocinar:O pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou sequestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Segundo a Polícia, frequentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto sequestrado, não porque são impedidas de fazê-lo, mas porque a idéia não lhes ocorre no momento de desespero.
- Desconfie de ligações longas:Segundo estatísticas da Polícia, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por sequestradores reais duram menos de um minuto. Por temerem ser rastreados, eles nunca fazem ligações longas.
- Duvide do choro das vítimas:Apelos chorosos de supostos sequestrados têm sido usados com frequência pelos golpistas. A Polícia sabe que raramente sequestradores telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e ter o cativeiro descoberto.
- Faça o registro na Polícia:Se você cair no golpe, não deixe de registrar a ocorrência na Polícia. De posse de informações como o número de origem da chamada criminosa ou o número da conta em que o “resgate” foi depositado, a Polícia pode identificar o criminoso e evitar que mais pessoas sejam vítimas dele.
- Desobedeça ao bandido:Ligue para o suposto sequestrado, ainda que o bandido diga para não fazê-lo. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Se não, tente um amigo ou parente dele. A hipótese de um sequestrador real fazer essa ameaça é remota – bandidos não vão matar a vítima, e perder seu trunfo, apenas porque o celular dela tocou.