Com a intenção de aumentar os estoques dos bancos de leite e estender os benefícios a um maior número de crianças, oGoverno de Minasinstituiu, por meio da Lei 20.708, a Semana Estadual de Conscientização para Doação de Leite Humano, que será comemorada entre os dias 19 e 25 de maio. A nova legislação foi publicada no jornalMinas Gerais, no último sábado (7), e já está em vigor.
A amamentação estreita o vínculo entre mãe e filho, diminui riscos de possíveis agressões contra a criança, contribui para o desenvolvimento da inteligência e reduz as chances de infecções e de doenças gastrointestinais e respiratórias. Parte desses benefícios pode ser aproveitada mesmo que a criança seja alimentada com o leite de outra mulher, que não seja a própria mãe.
A coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares, daFundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Maria Hercília de Castro Barbosa, explica que o leite materno é primordial, pois é o melhor alimento para a criança, especialmente de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida e continuada até dois anos ou mais. A amamentação protege os bebês de diabetes, da doença celíaca, de infecções respiratórias, alergias, diarreia, infecções urinárias, obesidade, hipertensão, cáries, má oclusão dentária, entre outros problemas.
Além de um trabalho especial de orientação e estímulo à amamentação, a Maternidade Odete Valadares também atende mães com dificuldades para amamentar. O Banco de Leite da maternidade, referência no Estado desde 1999, recebe doações que são fornecidas para as mães que não podem amamentar. Por isso, precisa manter seu estoque em quantidade suficiente para os bebês.
As doações são fundamentais para salvar vidas. “Atendemos um número grande de bebês que nascem prematuros, alérgicos ou com alguma patologia que gere perda de peso. O leite humano possui todos os nutrientes necessários, reduzindo o risco de doenças e influenciando na redução da mortalidade infantil”, afirma a enfermeira do Banco de Leite, Iêda Ribeiro Passos.
O Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares funciona diariamente, das 7h às 19h, mas o atendimento externo é feito de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Quem quiser doar pode ligar para o serviço, nos telefones (31) 3337-5678 ou 3298-6008, para agendar o recolhimento domiciliar. As mamães doadoras recebem um certificado da maternidade. O serviço também oferece treinamento e suporte técnico às instituições interessadas em implantar um banco de leite.
A maternidade Odete Valadares também incentiva e orienta as mães sobre os procedimentos corretos para amamentação e cuidados com a mama, como, por exemplo: fazer massagem nos seios para retirar o excesso de leite, comum nos primeiros quinze dias após o parto; esvaziar o peito sempre que estiver com pontos doloridos ou endurecidos; não usar compressa quente, para não queimar a pele do peito e piorar os casos de mama empedrada. Caso a mama empedre, a mãe é orientada a fazer compressa fria ao redor da mama por 10 minutos. O banho de sol, antes das 10h e depois das 16h, por 15 minutos, na região auréolomamilar, também é indicado caso os seios estejam feridos.
Para as mulheres em licença-maternidade, a recomendação é que, 15 dias antes de retomar a rotina do trabalho, passem a retirar o leite depois de amamentar o bebê, e a mantê-lo no congelador ou no freezer, para que ele possa ser dado posteriormente ao bebê. O descongelamento, no entanto, deve ser sempre feito em banho-maria. O alimento deve ser oferecido em copo ou em colher (jamais em mamadeira), para evitar o desmame do peito. A introdução de chazinhos e chupetas também pode contribuir para o desinteresse do bebê.
Até os seis meses de vida, o leite materno deve ser a alimentação exclusiva. O Ministério da Saúde recomenda que a mãe dê o peito até os dois anos de idade. Muitas mulheres alegam não ter leite, mas o que ocorre, na verdade, em grande parte dos casos, é a pega incorreta do peito: o bebê abocanha o bico e não a auréola mamária, que é a maneira indicada. Isso causa dor e a redução da saída de leite. Outra vantagem para a mãe é a possibilidade de o corpo voltar ao normal mais rápido, além de a amamentação reduzir infecções e o sangramento pós-parto.
Fonte: Agência Minas