O primeiro que me recordo relata o naufrágio de um cidadão muito rico. Após sobreviver de um acidente no seu iate, ficou sozinho numa ilha por vários meses. Devagar, foi juntando alguns materiais na mata para construir um abrigo e ter como se proteger à noite.
Com muito esforço, conseguiu levantar a sua morada e passou a rezar, pedindo que Deus tivesse piedade e o tirasse daquele lugar. Eis que durante uma madrugada, enquanto dormia, o seu barraco pegou fogo e veio a perder tudo o que havia juntado.
Ele então ficou furioso e passou a blasfemar, descarregando no Criador a sua revolta. Ao amanhecer, um pesqueiro chegou na ilha e o tirou de lá. Durante a viagem de volta, o náufrago soube que os pescadores somente o acharam porque viram, ao longe, um sinal produzido pelo incêndio do seu barraco.
A partir daquele dia, além de agradecer a Deus pela sua vida, aprendeu que alguns sofrimentos só serão compreendidos com o tempo e à luz da fé.
Gostou dessa primeira história? Já aconteceu algo assim com você? Se ainda não lhe veio a explicação, aguarde e um dia saberá.
A segunda que conheço conta que um rei sempre ouvia do seu ministro: “Tudo o que Deus faz é bom!” Um dia, após perder um dos dedos das mãos na serra elétrica, o rei chorava de dor e o ministro lhe repetiu: “Tudo o que Deus faz é bom!” Irritado, o rei mandou prender o súdito para nunca mais ter que ouvir aquilo novamente.
Após algum tempo, o rei foi caçar e acabou sendo capturado por canibais. Como era costume na tribo, resolveram oferecê-lo em sacrifício, mas, ao perceberem que ele não tinha um dedo, acharam-no indigno da oferenda e resolveram soltá-lo.
Voltando ao palácio, o rei correu soltar o seu ministro e repetiu a ele: “Tudo o que Deus faz é bom! Se eu não tivesse perdido o dedo, estaria morto!” E o fiel ministro lhe respondeu: “Deus é realmente muito melhor do que vossa majestade imagina! Se eu não estivesse preso e tivesse ido caçar com o senhor, eu agora é que estaria morto, pois, com a graça de Deus, tenho o meu corpo perfeito, sem faltar nenhum dedo!”
Outro belo exemplo da Providência de Deus, não? Fatos parecidos já aconteceram muitas vezes comigo e com pessoas que conheço. Um dia eu os contarei pra você.
Por enquanto, reflita nisso tudo que acabou de ler e amoleça o seu coração para voltar à casa do Pai neste ano que estamos vivendo. Deus espera que saibamos perdoar sem restrições para que, através da reconciliação com os irmãos, recebamos muito mais graças em nossas vidas.
Tudo que Deus pede é bom!
Paulo R. Labegalini:Vicentino, Ovisista e Cursilhista de Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).