É muito estranho alguém acreditar em horóscopo e não usar de água benta, por exemplo, para se proteger. Bem, logicamente, quem pensa o contrário, também não dá nenhum valor à água benta por um sacerdote e continua preso a superstições. Mas, se os padres são os legítimos representantes de Jesus na Terra, podemos concluir que, se Ele voltasse, seria novamente condenado à morte?
Infelizmente, se não usasse de proteção Divina, acredito que sim, porque a maior parte do nosso povo perdeu o respeito por quase tudo o que é sagrado e prefere buscar alternativas pagãs para sobreviver. Muitos, só na hora do desespero recorrem a Deus, mas sem amá-lo e – pior! – sem conhecê-lo. Ninguém pode amar a quem não conhece e, quem não ama o irmão sofrido que vê, como vai amar a Deus que não vê?
Bem, dê uma pausa nesta reflexão e leia a história:
Um ateu estava passeando num bosque, olhando tudo o que ‘acidentalmente a evolução havia criado’, e pensava admirado: ‘Mas que árvores majestosas! Que belos animais!’. Caminhando, ouviu um ruído nos arbustos atrás de si. Virou-se e avistou um corpulento urso pardo vindo em sua direção. Disparou, então, a correr o mais rápido que podia, mas, olhando por cima do ombro, reparou que o urso estava demasiadamente próximo.
Tentou imprimir maior velocidade, quando tropeçou e caiu num enorme buraco. Rapidamente levantou-se, só que o urso já estava acima dele, procurando atingi-lo ferozmente com a pata. Nesse momento, o ateu deixou escapar: ‘Oh, meu Deus!’
Repentinamente, o tempo parou, o urso ficou sem reação e até as águas do rio deixaram de correr. À medida que uma luz brilhava, a voz vinda do céu dizia: ‘Tu negaste a minha existência durante todos esses anos, ensinaste a outros que eu não existia e reduziste a criação a um acidente cósmico. Agora, esperas que eu te ajude a sair desse apuro? Devo esperar que tenhas fé em mim?’.
O ateu olhou para a Luz e disse: ‘Seria hipócrita da minha parte pedir que, de repente, me passes a tratar como um cristão, mas, talvez, possas tornar o urso um cristão?!’ Disse-lhe novamente a voz: ‘Muito bem, vou atendê-lo.’ Foi quando o rio voltou a correr e os sons da floresta recomeçaram. Então, o urso recolheu as patas, fez uma pausa, abaixou a cabeça e falou: ‘Senhor, agradeço profundamente por este alimento que agora vou comer.’ Nhoc!
Aconselho a quem não deseja passar por algo parecido, sempre se lembrar que o capítulo 2 do livro do Eclesiástico ensina que Deus conduz a vida do ser humano conforme a entrega e retidão do seu coração. Reflita, agora, um pouco nestas Palavras: “Mantém o teu coração firme e sê constante, inclina teu ouvido e acolhe as palavras de inteligência, e não te assustes no momento da contrariedade… suporta as demoras de Deus… tudo o que te acontecer, aceita-o… crê em Deus e ele cuidará de ti… confia nele e a recompensa não te faltará… vós, que temeis o Senhor, esperais coisas boas: alegria duradoura e misericórdia… quem permaneceu nos seus mandamentos e foi abandonado?”.
Parece simples afirmar que acreditamos fervorosamente nas promessas do Antigo Testamento, mas até que ponto? Será que resistiríamos a uma grande tribulação de dor com dignidade cristã? Antes da certeza na resposta, não devemos esquecer que no capítulo 9 do Evangelho de São Marcos, os discípulos não conseguiram expulsar os demônios por falta de oração! E, ainda, todos os que seguiam Jesus, deixaram-no praticamente sozinho no Calvário – por temerem morrer com Ele na cruz.
Pois é, se até os doze apóstolos decepcionaram Nosso Senhor em tantas oportunidades, não é tão trivial dizermos que somos muito mais fiéis aos ensinamentos Divinos, afinal, eles largaram tudo para se dedicarem exclusivamente à Verdade e, mesmo assim… Mas, talvez, o mais importante hoje não seja este tipo de comparação.
Voltando ao livro do Eclesiástico, não é difícil concluir que só iremos ter paciência nas provações e plena confiança na misericórdia do Pai, quando colocarmos diariamente em prática os dons que recebemos no batismo: fé, esperança e caridade. Rezando sempre para crescer na fé, estudando a Palavra de Deus para não perder a esperança de salvação, e ajudando o irmão necessitado, estaremos plantando mais amor em nossos corações.
E para quem só pensa em trabalho quando terminar a pandemia, quero contar a história do barqueiro que atravessava um viajante à outra margem do rio e remava com as inscrições ‘oração’ e ‘trabalho’, uma em cada remo. Olhando as duas palavras, o homem de negócios disse ao barqueiro: ‘Você ainda está nessa de rezar? O mundo precisa de pessoas com vontade de trabalhar, homem!’ Então, propositalmente, o remo da ‘oração’ deixou de ser acionado e o barco começou a rodopiar, sem concluir a travessia.
Portanto, se você não deseja estar entre aqueles que abandonaram Jesus na cruz, olhe para frente e veja o que falta melhorar em sua vida para se aproximar mais de Deus. Dar a primeira remada, só depende de você!