Outro dia me deparei com um vídeo que me chamou muita a atenção, e no primeiro momento senti revolta e angústia, e logo depois me veio um sentimento de tristeza e compaixão…
Muitas reflexões vieram imediatamente, como: Qual é o sentido da nossa vida? Por que passamos por situações não agradáveis e até mesmo que nos fazem sofrer? Por que somos muitas vezes colocados a prova e inclusive questionando Deus pelo que vivemos e passamos? Ou será que nós, egoístas e materialistas que somos, não queremos enxergar os desígnios e os propósitos que Deus tem para cada um de nós?
O vídeo mostra uma moça com síndrome de Down se debatendo e brigando com outras pessoas, questionando o porquê dela não ser uma pessoa “normal”, que ela não se aceitava do jeito que era…essa cena me fez refletir muito sobre a questão da aceitação, sobre o quanto as pessoas e a sociedade enxergam o “diferente” como uma “cruz a ser carregada” um “problema”, a preocupação sobre “o que os outros vão falar”, a fobia da solidão, a falta de oportunidades e o medo do futuro. E por isso, muitas vezes, dentro da própria casa, elas são colocadas de lado e não são assistidas de forma adequada, reforçando a não aceitação da própria pessoa com a deficiência, provocando essas cenas como a do vídeo.
Esse ano, para o dia Internacional da síndrome de Down, a Down Syndrome International, definiu como tema: “Improve Our Support Systems”, que foi traduzido como “Melhore nossos sistemas de apoio”. No Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), em conjunto com autodefensores, adaptou essa mensagem para refletir melhor a realidade e as necessidades locais. Assim, o tema deste ano ficou: “Suporte para quem precisa. Todos juntos apoiando a inclusão! Seja rede de apoio!”. E essa rede de apoio deve começar dentro de casa, com os pais e toda família, onde o amor, o respeito e o suporte devem prevalecer, para que eles sejam aceitos do jeito que são, mas que principalmente, eles se aceitem e não tenham a sua autoestima afetada, como o dessa moça do vídeo.
Só quem é pai ou mãe atípica sabe o quanto tudo isso nos traz angústias e ansiedades, pois infelizmente ainda prevalece o preconceito e a discriminação. Isso porque, o “mundo moderno”, onde a velocidade, o lucro e as coisas materiais são prioridades, as pessoas com alguma limitação são vistas como incapazes, lentas e improdutivas, e consequentemente deixam de ter oportunidades e a chance de mostrarem seus potenciais e qualidades. Mas temos a esperança de que um dia, tudo isso ficará no passado! Pois graças a Deus, muitas Instituições, organizações, famílias entre outros estão se unindo cada vez mais, promovendo ações que estão levando informações e quebrando paradigmas, abrindo mais oportunidades e fazendo que as pessoas enxerguem as pessoas com a T21 ou qualquer outra deficiência de outro prisma.
“Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas” Atos 10, 34
Por Eduardo Hideo Sato – Pai do Rafael Gomes Sato de 12 anos e que tem a T21 e idealizador e coordenador da 1ª equipe de Futsal Down do Sul de Minas, o @t21arenapark.