Imagine aquele senhor que entra em um vagão de trem vendendo balas. Este senhor é considerado empregado. Aquele mendigo que veio pedir esmola e você o pagou para cortar sua grama também é considerado empregado. Se você pagar a este mesmo mendigo com um prato de comida e algumas sobras para ele levar embora, ou trocar um serviço de um desempregado por um favor seu, todos são considerados “trabalhadores não remunerados”, porém empregados. Esta é a definição do IBGE. As duas figuras acima entram no cálculo como empregados.
Uma pessoa desiste de procurar emprego, ele não é considerado desempregado e sim “desalentado”, e isso significa que não entrará no cálculo do índice, logo, não afetará o aumento do emprego ou do desemprego. É como se esta pessoa simplesmente não existisse.
Nessa conta dos desalentados está uma parte dos beneficiados pelo Programa Bolsa Família (PBF) que estão desempregados e decidiram viver do benefício, ao invés de trabalhar. A maioria dos demais beneficiários em mesma situação está como “Pessoas não Economicamente Ativas”. Ou seja, os beneficiários do PBF não entram na conta do desemprego, mesmo que estejam desempregados.
As pessoas que recebem o seguro desemprego também não são consideradas desempregadas. Estas pessoas são consideradas pelo IBGE como desalentadas, e na verdade são desempregadas que é condição para recebimento do benefício.
Segundo artigo escrito por Bernardo Santoro do Instituto Liberal, a situação piora um pouco mais. O IBGE não satisfeito em deixar de fora do índice todos os desempregados mencionados, resolveu que as pessoas que não estavam trabalhando na semana da pesquisa, mas que trabalharam em algum momento nos 358 dias anteriores e estavam dispostas a deixar o desemprego, como “Pessoas Marginalmente Ligadas à PEA (população economicamente ativa)” e as excluiu do índice. As pessoas que estão desempregadas, mas não gostam disso, não são consideradas desempregadas.
Finalmente, as pessoas que fazem “bicos” e recebem menos que um salário mínimo são consideradas “empregadas”. Por exemplo: uma pessoa que substitui outro em um posto de trabalho por um final de semana e recebe por isso R$ 60,00. Isso mesmo, esta pessoa é considerada empregada mesmo que tenha trabalhado apenas dois dias no mês.
Notando esse absurdo, o editor e tradutor do Instituto Ludwig von Mises Brasil ( Ludwig von Mises foi um economista e filósofo falecido em 1973 com 92 anos), Leandro Roque, escreveu o artigo “A real taxa de desemprego no Brasil” onde ele considera todas estas pessoas que está desempregado, mas não entra no índice, e coloca junto aos outros 5,3% que também estão desempregados em outubro de 2012, e os incluiu no índice. Estas pessoas, só para relembrar:
1 – pessoas desalentadas
2 – pessoas desocupadas
3 – pessoas com rendimento/hora menor que o salário mínimo
4 – pessoas marginalmente ligadas à PEA
5 – Trabalhadores não remunerados
Com todos esses desempregados que ficaram fora do índice o resultado é assustador, ao invés dos 5,3%, temos impressionantes 20,8% de desempregados no país.
Claro que à Presidente Dilma Roussef só interessa o índice magicamente alterado fique abaixo da realidade.
O PT aparelhou o IBGE e, através de artifícios e estatísticas irreais, tenta manipular os eleitores brasileiros dando a impressão que tudo está as mil maravilhas.
Pessoalmente, fico muito triste em ver que IBGE, instituto fonte de pesquisa para vários trabalhos acadêmicos, tenha sido contaminado. Espero que a FGV (Fundação Getúlio Vargas), não tenha o mesmo destino.