Pelo menos cinco entidades do setor farmacêutico já se manifestaram contrárias à criação de um selo de autenticidade para medicamentos, anunciado quarta-feira (6) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Elas classificaram a medida como equivocada e já adiantaram que, se for mantida, deverá provocar um aumento médio de 2,58% nos preços ao consumidor. Para os genéricos, a alta pode variar de 6,3% a 23,1%.
Ontem (6), durante o lançamento do selo de segurança, o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, disse que o governo não autorizará aumento de preço de medicamento. “Isso será absorvido pela cadeia produtiva. O impacto é irrisório, em torno de 0,01% em produtos acima de R$ 5”, explicou.
A previsão é que, a partir de janeiro de 2011, as caixas de medicamentos comecem a receber a etiqueta. Os fabricantes terão o prazo de um ano para se adaptar e, em janeiro de 2012, todos os remédios em circulação no país deverão apresentar o selo. Nas drogarias, uma leitora ótica fará o reconhecimento de produtos verdadeiros por meio de uma luz verde e de um sinal sonoro.
Por meio de nota, a indústria farmacêutica pediu que a medida seja revista imediatamente, “sob pena de provocar enormes prejuízos à população” por conta da alta dos preços. O grupo considera o selo de segurança ultrapassado e cita como alternativa um sistema bidimensional já em fase de testes.
O grupo de entidades que assinaram a nota inclui a Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos) e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma).
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil