Belo Horizonte – O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará um estudo epidemiológico da brucelose e tuberculose animal em Minas Gerais a partir de julho. Técnicos do IMA visitarão 2.185 propriedades pecuárias no Estado, com apoio de uma equipe de 60 veterinários treinada pelo Instituto.
Durante o mês de junho, os profissionais do IMA estão fazendo os primeiros contatos com os produtores. Em julho, agosto e setembro serão realizadas as coletas de sangue e tuberculinizações (método utilizado para o diagnóstico da tuberculose) nas propriedades rurais, feitas apenas nas fêmeas com mais de 24 meses. Os exames de brucelose serão feitos pelo Laboratório de Saúde Animal (LSA) do Instituto.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) no IMA, a veterinária Luciana Faria de Oliveira, a amostragem para esta pesquisa foi definida a partir do número de propriedades existentes em cada município do Estado. “Todos os levantamentos feitos no Brasil são realizados a partir deste tipo de amostragem, considerando variáveis de caracterização das regiões do Estado, como tipo de rebanho, quantidade de municípios, entre outros”, afirma.
A participação do produtor no estudo é voluntária e começa com a assinatura do Termo de Compromisso que marca os dias da coleta do sangue, inoculação e da leitura dos resultados.
Os animais que tiverem resultado positivo para tuberculose deverão ser sacrificados no prazo máximo de 30 dias. O Instituto acompanhará os sacrifícios dos animais considerados positivos em tuberculose e orientará o produtor quanto aos procedimentos para sanar a brucelose em seu rebanho.
O prazo para o IMA realizar os exames da brucelose e tuberculose nos animais é até novembro de 2010.
Primeiros levantamentos
O IMA realizou o primeiro levantamento da tuberculose em 1999. O estudo da brucelose foi feito em 2002, após quatro anos consecutivos de vacinação obrigatória em todo o Estado.
Pela primeira vez será feito o levantamento das duas doenças juntas, o que facilitará o trabalho dos técnicos.
De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, ao realizar um novo estudo das zoonoses em Minas Gerais, a principal preocupação do Instituto é com a saúde pública, depois vem a questão do mercado interno e da exportação da carne. “Este será um bom momento para avaliar as ações tomadas. Além disso, vai permitir analisar quais os resultados alcançados com as medidas implementadas após o primeiro levantamento”, enfatiza. O estudo terá a supervisão de professores de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de São Paulo (USP).
PNCENT
O IMA é o órgão responsável pelas ações de defesa sanitária animal em Minas Gerais. Desde 2001, adota os procedimentos previstos no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCENT) instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O programa tem como objetivos baixar a prevalência e a incidência de novos casos das doenças e criar um número significativo de propriedades certificadas. Atualmente, Minas Gerais possui seis propriedades certificadas como livres dessas doenças e mais de dez estão em processo de certificação.
Fonte: Agência Minas