Nesta era da internet, temos a possibilidade maior de manter diálogos frequentes com os amigos, parentes e outras pessoas que nunca vimos pessoalmente. A evangelização também ganhou espaço, já que é muito mais fácil atingir uma grande camada da população através de e-mail ou sites religiosos.
E foi por intermédio do correio eletrônico que: fiz contato e participei de programas na televisão; enviei e tive livros aceitos para publicação; continuo remetendo artigos para jornais e revistas católicas; respondo a todos os questionamentos dos meus leitores; seleciono textos para novas matérias etc. Mesmo enfocando apenas o lado espiritual da vida, quanta coisa maravilhosa usufruí e tenho à disposição!
Bem, por outro lado, se mal-usada, a rede mundial de computadores também pode levar muita gente à condenação da própria alma: ao pregar maldades para prejudicar terceiros; visitando páginas de sexo; repassando palavrões; e, principalmente, perdendo tempo com tudo isso ao invés de rezar, fazer caridade e ir à igreja. E quando pensamos nos jovens, o quadro se agrava, porque muitos pais os incentivam a pesquisar na internet, sem saber que os ‘bate-papos’ e ‘cultura inútil’ acabam prevalecendo durante a navegação.
Imagino que alguns diriam: ‘Mas isso não é de hoje e nem culpa exclusiva da internet’, com o que eu concordo, mas vamos deixar isso permanecer? Estamos criando nossos filhos para colocá-los no Céu ou para aprenderem pornografia? Queremos educá-los nas Leis de Deus ou influenciados por ‘amigos internautas’? Lutamos por formações – moral, espiritual e profissional – sólidas ou deixaremos que a vida os ensine?
Acredito que quase todos – pais e mães – responderiam que querem o melhor para os filhos, mas vejo que a maioria não se esforça para isso. Enquanto os jovens não conhecerem profundamente o Amor de Deus, não saberão discernir entre o bem e o mal – inclusive para usar a internet. Eis mais alguns questionamentos:
É certo alguém passar horas se divertindo na frente do computador toda semana e nunca rezar um terço? Você sabia que poucos jovens se interessam em consultar textos religiosos, mesmo conscientes que existem boas matérias disponíveis a qualquer hora? É justo sempre saberem os resultados dos jogos de seus times de coração e passarem a vida toda desinformados dos sete pecados capitais e dos dez mandamentos? E quanto aos sacramentos: será que dão o devido valor ao que temos de mais sagrado na Terra?
Antes de dar a minha opinião final a respeito de tudo isso, vou contar a história de um viajante que resolveu passar alguns dias num mosteiro. Certa tarde, entrou num dos templos e encontrou um monge sorrindo.
– Por que o senhor sorri? – perguntou ao religioso.
– Porque entendo o significado das bananas. – disse o monge, abrindo a bolsa ao lado e tirando uma banana podre de dentro. – Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento certo. Agora é tarde demais.
Em seguida, pegou uma bananinha verde, dizendo:
– Esta é a vida que ainda não aconteceu. É preciso esperar o momento certo!
Finalmente, tirou da bolsa uma banana madura, descascou e dividiu-a com o visitante, afirmando:
– Este é o momento presente. Saiba vivê-lo com sabedoria.
Ao partir, o viajante ficou pensando: ‘Quando uma pessoa imagina as melhores coisas da vida, geralmente pensa em bens materiais, como: carros, casas, roupas, jóias, jantares, dinheiro etc. Mas, então, o que é viver com sabedoria?’
Na volta da viagem, ele passou novamente pelo mosteiro e fez a mesma pergunta ao monge:
– O que é viver com sabedoria?
– Há uma técnica infalível para descobrir isso. Imagine que você acorda amanhã e saiba que é a única pessoa viva em todo o mundo, mas Deus lhe dá a oportunidade de escolher uma dessas coisas para ter pelo resto de sua existência: a pessoa que desejasse ou todo dinheiro que quisesse. O que escolheria?
– É claro que escolheria alguém que eu gostasse demais e pudesse conviver em paz por toda a eternidade.
– Pois bem, isso é viver com sabedoria.
Agora, para concluir, responda: ‘Ter sempre por perto uma pessoa amiga – rezando e lhe ajudando – mesmo que você perdesse tudo, não vale mais do que tentar guardar dinheiro?’ Se respondeu ‘sim’, diga isso aos seus filhos e conhecidos, ajudando-os assim: a promoverem a vida, a não desperdiçarem o tempo com bobagens e, também, aceitarem a evangelização pelos computadores.
Enfim, no sentido espiritual, a internet será um bem maior para a humanidade se a usarmos com os mesmos critérios que Nosso Senhor Jesus Cristo a usaria. Faça a sua parte.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor:
1. Gotas de Espiritualidade – Editora Bookba (à venda na Amazon, Americanas, Shoptime, Magalu…) – mensagens diárias de fé e esperança, com os santos de cada dia.
2. Pegadas na Areia – Editora Prismas / Editora Appris
3. Histórias Infantis Educativas – Editora Cléofas
4. Histórias Cristãs – Editora Raboni
5. O Mendigo e o Padeiro – Editora Paco
6. A Arte de Aprender Bem – Editora Paco
7. Minha Vida de Milagres – Editora Santuário
8. Administração do Tempo – Editora Ideias e Letras
9. Mensagens que Agradam o Coração – Editora Vozes
10. Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão (coautor) – Editora Edgard Blücher
11. Mecânica Geral – Estática (coautor) – Editora Interciência