Estão aprovadas as propostas de tombamento federal de mais dois bens culturais: o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas, e o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada na reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural iniciada nesta quinta-feira na capital fluminense. Durante o encontro que se estende até amanhã, serão avaliados outros quatro processos. Dois deles sugerem o tombamento da paisagem natural de Santa Tereza, no Rio Grande do Sul, e do conjunto urbanístico e paisagístico da cidade de São Félix, na Bahia. Os demais correspondem à indicação para o registro como patrimônio cultural brasileiro do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, que envolve mais de 22 etnias indígenas do Amazonas, e do Ritual Yaokwa do povo indígena Enawene Nawe, no estado do Mato Grosso.
O Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões (foto) compreende mais de 10 quilômetros em que é possível observar as águas escuras e transparentes do Rio Negro correndo ao lado das águas turvas e barrentas do Rio Solimões, no Amazonas. A proposta de tombamento foi baseada no caráter de excepcionalidade do fenômeno e em seu alto valor paisagístico.
Por sua vez, o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, conhecido como Monumento aos Pracinhas, foi construído entre 1957 e 1960 no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas, o conjunto é integrado por três obras: uma escultura de metal homenageando a Força Aérea Brasileira, outra em granito em homenagem os pracinhas das três armas e um painel de azulejos destacando os combatentes e os civis que morreram em operações navais. O Monumento estiliza ainda duas palmeiras amparando mãos que levam até o céu os pracinhas mortos em combate, cujos 468 túmulos se localizam no subsolo.
Este ano, o Conselho Consultivo já esteve reunido outras duas vezes. Na primeira, em março, foram aprovados o registro da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, em Goiás, e o tombamento da Vila Serra do Navio, no Amapá. Já no mês de junho, os conselheiros aprovaram o tombamento dos Lugares Sagrados dos Povos Indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso, os Bens da Imigração Japonesa, em São Paulo, e o Teatro Oficina, também no estado paulista.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural que avalia os processos de tombamento e registro, presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.
Fonte: Iphan