Itajubá e região têm enfrentado uma série de incêndios florestais de grandes proporções nos últimos dias, agravados pela falta de chuvas, baixa umidade do ar e ventos fortes. O tenente Marco Antonio de Oliveira Neto, comandante do Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar de Itajubá, e Adilson José, coordenador da Defesa Civil de Itajubá, detalharam a situação crítica e as ações em curso para conter os focos de queimadas.
Entre os dias 14 e 17 de agosto, o Corpo de Bombeiros atendeu 12 chamados em Itajubá e cidades vizinhas, como Maria da Fé, Sapucaí-Mirim, Brasópolis, Paraisópolis, Pedralva e São José do Alegre. Em Itajubá, os bairros mais afetados incluem Rancho Grande, Vila Isabel, Anhumas, Juru, Santa Rosa, Estiva, Morro Chic, São Vicente, Anhumas, Bahamas, Varginha e Nossa Senhora de Fátima. Apenas no dia 17, cinco ocorrências foram registradas, demandando até seis horas de combate por incidente.
Segundo o tenente Marco Antonio, 99% dos incêndios têm indícios de origem criminosa, com denúncias apontando ação humana intencional. No bairro Anhumas, por exemplo, investigações já foram encaminhadas à Promotoria do Meio Ambiente, Polícia Ambiental e Polícia Civil. “Temos grandes indícios de que essas queimadas são provocadas pelo fator humano”, afirmou o comandante. Ele destacou ainda que a vegetação seca, aliada à ausência de chuvas e à previsão de ventos para os próximos dias, eleva o risco de novos focos.
Adilson José reforçou a gravidade da situação, relatando que os incêndios têm causado prejuízos ambientais, como a destruição de pastagens e nascentes, além de impactos psicológicos na população. “No Rancho Grande, Vila Isabel e Capetinga, vimos pessoas chorando. Cerca de 100 hectares foram queimados, afetando gado e nascentes. É um dano que leva tempo para ser recuperado”, disse. Ele também destacou a importância de aceiros – faixas de terra limpa que dificultam a propagação do fogo – e pediu que proprietários rurais mantenham pelo menos três metros de aceiro em suas propriedades.
A parceria entre Bombeiros, Defesa Civil e outros órgãos municipais tem sido essencial. No bairro Varginha, caminhões-pipa da Secretaria de Obras, disponibilizados pelo prefeito Rodrigo, auxiliaram no combate a um incêndio próximo a residências. Na Pedra Aguda, a ação conjunta com tratores da Secretaria de Agricultura foi crucial para conter as chamas, apesar da dificuldade de acesso e da intensidade do fogo, que chegou a ultrapassar aceiros de quatro metros.
O tenente Marco Antonio esclareceu que, no Rancho Grande, pequenos focos ainda persistem em áreas de difícil acesso, mas sem risco a propriedades. O monitoramento por drones e a mobilização comunitária, com tratores para criar barreiras, têm minimizado danos. Ele também descartou a possibilidade de cacos de vidro como causa principal dos incêndios, reforçando a origem criminosa.
As autoridades pedem que a população denuncie incendiários pelo 193, 190, 197 ou 181, fornecendo informações detalhadas, como vídeos ou fotos. Adilson José destacou que as sanções administrativas e penais estão sendo aplicadas, como no caso de um autor identificado no bairro Nossa Senhora de Fátima. “É um crime ambiental contra a fauna, a flora e a nós mesmos. Precisamos de conscientização”, alertou.
Com a previsão de tempo seco e ventos até o final de agosto, a situação permanece crítica. Bombeiros e Defesa Civil seguem em alerta máximo, contando com o apoio da população para prevenir novos incêndios e proteger vidas e o meio ambiente.
Por Redação, com informações do Tenente Marco Antonio e do Coordenador Adilson José