Você já deve ter ouvido falar da taxa Selic. Ela é a taxa básica de juros do Brasil, um número importante que influencia a vida financeira de todo mundo por aqui. Pense nela como o “valor do aluguel do dinheiro”. Já falamos muito dela aqui na nossa coluna de educação financeira. Quando a Selic está alta, o aluguel do dinheiro fica mais caro para todo mundo.
É o valor que os bancos usam como base para emprestar dinheiro uns para os outros e que influencia todas as outras taxas de juros do país. Quem decide qual é esse preço é o Banco Central do Brasil, olhando sempre para como está a nossa economia.
Como ela mexe com a gente e com a economia?
O Banco Central usa a Selic para controlar, principalmente, a inflação. E nesta semana ela está tão alta que desde 2006 o Brasil não via uma taxa tão alta assim.
Quando a Selic sobe (fica alta): O “preço do aluguel do dinheiro” aumenta. Com o dinheiro mais caro, fica mais difícil e caro para as pessoas e empresas pegarem empréstimos ou financiamentos. Isso faz com que todo mundo gaste menos, comprando menos coisas. Quando a procura por produtos e serviços diminui, os preços tendem a parar de subir tão rápido, ajudando a controlar a inflação. Para quem tem um dinheiro guardado em alguns tipos de investimento mais seguros (que acompanham a Selic ou o CDI, que é bem parecido com ela), essa alta pode ser boa, pois o rendimento aumenta.
Quando a Selic desce (fica baixa): O “preço do aluguel do dinheiro” cai. Fica mais fácil e barato pegar crédito. Isso anima as pessoas e empresas a gastarem mais, comprando e investindo em projetos e novos negócios. A economia anda mais rápido, mas se andar demais, os preços podem voltar a subir (inflação). Nesse caso, os investimentos mais seguros que acompanham a Selic rendem menos.
Então, a Selic é uma ferramenta importante para equilibrar a economia: quando os preços estão subindo muito, ela sobe para esfriar as coisas; quando a economia está parada, ela desce para incentivar o gasto. E no nosso dia a dia, ela afeta diretamente quanto pagamos por empréstimos e financiamentos e quanto ganhamos em certos tipos de investimentos.
Em termos práticos o que significa Selic alta para o seu bolso?
Com a Selic lá em cima, duas coisas principais acontecem:
Pedir dinheiro emprestado fica mais caro: Isso vale para tudo: empréstimos pessoais, financiamentos de casas, carros, e até mesmo os juros do cartão de crédito. Os bancos cobram juros maiores porque, para eles, conseguir dinheiro também está mais caro.
Guardar dinheiro pode render mais: Por outro lado, para quem consegue guardar um dinheirinho, a Selic alta pode ser uma oportunidade. Certos investimentos, principalmente os considerados mais seguros, passam a render mais.
Então quais seriam as estratégias inteligentes com a Selic alta?
Em resumo:
Com a Selic alta, a regra é clara: pense duas vezes antes de pegar dinheiro emprestado, pois está caro. Por outro lado, aproveite para fazer seu dinheiro render um pouco mais nos investimentos mais seguros, como aqueles ligados ao CDI e à própria Selic.
Ah e não podemos esquecer de falar do impacto que tem na economia para quem não está nem se endividando nem economizando. Como esse período de Selic alta já se estende desde o começo do ano, os investimentos em novos projetos, negócios ou até mesmo para a recomposição de capital de giro ou de equipamentos depreciados fica comprometido. Com os juros altos fica difícil tomar empréstimos para novos negócios ou para manutenção dos já existentes. E isto desaquece a economia, tornando o crescimento da renda e do emprego mais difíceis.
Lembre-se, o mais importante é entender para onde seu dinheiro está indo e fazer escolhas conscientes para proteger e fazer crescer suas economias. Se tiver dúvidas, procure informação de fontes confiáveis e, se possível, converse com alguém que entenda do assunto para te ajudar a dar os primeiros passos. Esperamos que tenham gostado do nosso painel de hoje. Até a próxima!
AUTORES: Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo