Enquanto escrevo a coluna, mensagens invadem todas as redes sociais, quase a ponto de o mundo parar pra dar lugar a essas mulheres…
Eu sou mãe. Aliás, sou avó e bisavó também.
Eu tive mãe. Aliás, rendo a ela todas as homenagens que o meu coração cria, na saudade de não vê-la mais.
Ela também foi avó e bisavó.
Dos netos, foi a pessoa mais querida. Eu sempre disse que, se um dia eu e ela estivéssemos em perigo, eu que me cuidasse sozinha, porque meus três filhos correriam para salvá-la. Depois, só depois se lembrariam de mim.
A gente ria muito dessa história, mas até hoje eu tenho um secreto alívio por nunca termos estado nessa situação.
Eu fui filha única, desde 1948.
A minha não foi a clássica família de pai trabalhando fora e mãe cuidando dos filhos e da casa. E eu me orgulho muito da sua profissão e de como ela a exercia: foi professora, pedagoga e dona de escola, extremamente dedicada e criativa.
Certamente foi ela quem me “contaminou” com o gosto por ensinar e aprender.
Em casa ela era a disciplinadora, a que ensinava valores, e meu pai era o veículo de amor mais sensível que uma menina poderia desejar.
Em algum momento da minha formação profissional eu soube que os papéis não deveriam se inverter entre os pais: a mãe ensina afeto e o pai ensina regras. Mais ou menos isso…
Bobagem!
O pai amoroso, sensível, brincalhão me legou o desejo por um homem carinhoso, e a mãe forte me construiu independente.
Melhor mistura não conheço.
Então, no dia de hoje, agradeço pela mãe que tive, mas sou grata pelo PÃE que Deus me deu.
Vocês dois me ensinaram sobre o Amor!
Graça Mota Figueiredo