Nesta quinta-feira (14/4), Dia Mundial do Café, os mineiros têm muito o que comemorar. Se Minas Gerais fosse um país, o estado seria o maior produtor de café do mundo. A relevância no cenário internacional é uma história de muitos capítulos, desde o aumento significativo da produtividade nas últimas décadas e o avanço no uso de tecnologias, passando pela mudança de comportamento em relação ao hábito de consumir a bebida até a conquista de novos mercados com a produção de cafés certificados.
“Café é oportunidade, satisfação, realização, alegria. Café é vida”. Com essas palavras e entusiasmo, a cafeicultora Carmem Lúcia de Brito, do município de Três Pontas, define a importância da cafeicultura para as famílias que dependem da atividade.
Carmem Lúcia está entre as cem mulheres mais importantes do agronegócio do país, segundo a Forbes Brasil, uma das revistas mais conceituadas de economia e negócios do mundo. Detalhe que, mesmo com toda a expertise, a produtora continua sendo atendida pela Emater-MG, por meio do programa Certifica Minas Café, o primeiro selo de certificação de propriedades cafeeiras do Brasil emitido por uma instituição governamental.
“Pensar o agro mineiro e não pensar na Emater-MG não tem jeito. O apoio e a assistência que recebemos foi primordial para nós entregarmos nosso café para várias partes do mundo”, reconhece a produtora, uma das primeiras certificadas no estado.
Com a adesão ao programa, “Ucha” – apelido carinhoso que Carmem ganhou por sua dedicação, simpatia e atenção às pessoas – atende à demanda dos mais exigentes mercados e consumidores do mundo. Além disso, suas propriedades tornaram-se ponto turístico rural, recebendo visitantes de diversas nacionalidades.
A produtora foi a primeira mulher a assumir a diretoria do conselho da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), instituição que promove o café brasileiro em nível internacional. Hoje, integrante do conselho permanente da associação, Carmem continua como ativista no setor, sendo uma das principais referências para quem busca qualificação para atender o exigente mercado internacional da cafeicultura.
O programa
O Certifica Minas Café tem adesão voluntária e o objetivo de assegurar a produção dentro de critérios de sustentabilidade socioeconômica e ambiental, além de trabalhar melhorias na produtividade e na qualidade do grão.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Certifica Minas Café é executado em parceria pelas instituições vinculadas à pasta. Além da Emater-MG, responsável pela orientação aos produtores sobre as adequações necessária, o programa conta com a atuação do IMA, que é o órgão certificador oficial e responsável pelas auditorias, avaliação e emissão do certificado, além da autorização do uso dos selos. A Epamig é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias e pesquisas voltadas para o setor cafeeiro, além certificar a produção cafeeira de seus campos experimentais.
Atualmente, são 651 propriedades cafeeiras certificadas no estado. Do total, 209 são de agricultores familiares, que têm adesão gratuita ao programa. Dentre as vantagens para o produtor podem ser destacadas a organização da gestão da propriedade e a melhora dos processos produtivos, resultando em uma produção de maior qualidade, além de abrir oportunidades de acesso a novos mercados e preços diferenciados.
O café em Minas (2021)
Produção: 22,1 milhões de sacas
Área: 1,3 milhão de hectares
Municípios: 451 municípios (com lavouras acima de 10 hectares)
Exportação: US$ 4,4 bilhões (Principal produto de exportação do agro mineiro)
Mercado Mundial: Exportado para 93 países
N° de Cafeicultores: 45.109