Na última quarta-feira (27/10/2021), o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o sexto aumento consecutivo da taxa Selic. Considerada a taxa básica de juros da economia, a taxa saltou de 6,25% para 7,75% ao ano, ou seja, um aumento de 1,5% ponto percentual desde a última reunião. No ano de 2021, a Selic saiu de 2% ao ano em janeiro e deve fechar o ano, de acordo com expectativa do Banco Central do Brasil (BCB) em 9,25% ao ano. A evolução da taxa pode ser vista no gráfico abaixo.
De acordo com o Copom, o aumento significativo na taxa foi justificado pelos sinais de inflação persistente no Brasil e a perspectiva de ultrapassar o teto de gastos do governo federal (que pode aumentar ainda mais a inflação). Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – índice oficial de inflação do Brasil) atingiu a marca de 1,16%, acumulando uma inflação de 10,25% em 12 meses. Maior marca desde fevereiro de 2016. Além disso, os técnicos do BCB também atribuem a alta da de Selic às incertezas que cercam a atividade econômica do país. Ou seja, esse aumento já uma medida preventiva para tentar controlar o cenário econômico para o ano de 2022.
Então você deve estar se perguntando: por que a inflação aumentou tanto em 2021? O que está acontecendo? Quem nos acompanha no Conexão Itajubá já tem essa resposta. Como já comentamos ao longo desse ano, os combustíveis, a energia elétrica e os alimentos (em especial a carne) são os responsáveis diretos pela situação inflacionária que estamos vivendo. E, isso só ocorreu, devido a forte desvalorização do real, perante as moedas internacionais. Uma das causas raiz do problema inflacionário.
Como já comentamos em outros painéis de Educação Financeira aqui no Conexão Itajubá, a taxa Selic é o principal parâmetro para todas as outras taxas de juros praticadas no país. Assim, um aumento na Selic, provoca, automaticamente, um aumento em todas as demais taxas de juros, como as de empréstimos e de investimentos.
Assim, quem pretende tomar dinheiro emprestado, já deve se preparar para um aumento no custo do financeiro do empréstimo. Isso ocorre porque as instituições financeiras passarão a cobrar mais de quem vai pedir dinheiro emprestado. Vale lembrar que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também provocará aumento no custo do empréstimo/financiamento.
Por outro lado, quem tem dinheiro guardado (investido) na renda fixa, também conseguirá um retorno nominal maior pelo dinheiro. Em essência, esse é um dos principais motivos pelo qual as taxas cobradas em empréstimos e financiamentos aumentam. Em geral, as instituições financeiras captam dinheiro dos superavitários no mercado, para emprestar aos que precisam tomar dinheiro emprestado (quer seja para o consumo, que seja para novos investimentos). Incentivando, portanto, que as pessoas passem a poupar mais.
Aumentar a poupança seria um resultado excelente, se a atividade econômica do país estivesse em ordem. Fato que, infelizmente não está ocorrendo nesse momento. Na atual condição, o aumento da taxa de juros e o possível aumento do nível de “poupança” poderá reduzir o consumo da população e os investimentos produtivos, impactando no emprego, na renda da população e, consequentemente, no Produto Interno Bruto (PIB).
Nesse momento, não podemos esquecer do que está acontecendo em nossa cidade. Apesar desse cenário nada positivo da economia nacional, começamos a ver algumas melhoras que devem ser destacadas, como o saldo positivo na geração de empregos as perspectivas de novas empresas se instalarem em nossa cidade e outros pontos mais. Apesar do descontrole macroeconômico, a nossa vida continuará seguindo em frente.
Abraço a todos e até nosso próximo encontro!
AUTORES:
Prof. Dr. André Luiz Medeiros
Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo
Prof. Dr. Victor Eduardo de Mello Valério