Já escrevi algumas vezes nessa crônica sobre a escassez de técnicos brasileiros de futebol na atualidade. Os mais antigos que tinham nome (inclusive chegando a dirigir os galácticos do Real Madri), mas o futebol evoluiu muito taticamente com muita dedicação dos técnicos ao redor do mundo que passaram a estudar, pesquisar e experimentar novos modelos e táticas, enquanto os técnicos brasileiros mantinham o conforto de seus títulos do passado que mantinham seus salários no presente, sem pensar nas consequências do futuro. Era evidente que isso não teria sustentabilidade profissional. Até que os clubes brasileiros descobriram essa realidade e um técnico que colaborou muito para que isso acontecesse chega ao Brasil em 2019 para mudar o referencial. Esse técnico que fez historia em pouquíssimo tempo no Brasil foi Jorge Jesus. Chegou também o técnico Abel Ferreira com estilo próprio e muito dedicação e taticamente muito competente. Os clubes começaram então a buscar alternativas no exterior (portugueses principalmente, mas também argentinos uruguaios entre outros). Sumiram os antigos professores e poucos apareceram como Fernando Diniz, Barbiere e Zé Ricardo. Mas Fernando Diniz sempre mostrou algo diferente que chamava a atenção, mas também criticas. O termo Dinizismo começou a ser utilizado pela crônica futebolística. Times agressivos, mas muitas vezes desiquilibrado onde tinham fragilidades na marcação defensiva e levava muitos gols. Esse estigma foi perseguindo Fernando Diniz, principalmente porque não completava os trabalhos com títulos, mas muitas vezes com frustrações. Por esse motivo o ano de 2023 foi histórico para esse novo técnico brasileiro. Ganhou o campeonato Carioca pelo Fluminense em cima do principal rival que é o poderoso e milionário plantel do Flamengo. Mas o Campeonato Carioca não vale, é preciso que seja um título de destaque. E não é que esse título veio em 2023? Nada menos que a Copa Libertadores da América. Acho que agora não há contradições. Também em 2023 chega o convite para dirigir a seleção principal brasileira nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 (como tampão durante um ano para esperar o Italiano Carlo Ancelotti). Decisão de alto risco quando se fala de Dinizismo, mas foi o que a CBF acreditou. Treinar uma seleção é muito diferente de treinar um clube, principalmente pela falta de tempo para treinamento. Quando o esquema tático precisa de muito treino, o resultado pode demorar e isso no Brasil todos já sabem o final da historia quando o resultado não vem de imediato. Apesar do pouco tempo a frente da seleção brasileira, o técnico Fernando Diniz em cinco jogos produziu duas derrotas, duas vitorias e um empate. Acumulando seis gols vazados em apenas cinco jogos. Isso supera toda a campanha das eliminatórias da Copa do Qatar, quando os adversários marcaram cinco gols em 17 jogos. O Brasil jamais tinha perdido duas partidas seguidas nas eliminatórias. O Brasil nunca tinha perdido um jogo para a Colômbia nas eliminatórias. Vejam que são marcas históricas que estão acontecendo e entrando para a história da seleção Brasileira. Mais uma vez o Dinizismo em duvidas: Vale a pena arriscar?
Pelo menos essa é a minha opinião!
Por Professor Ronaldo Abranches