Repito o que já escrevi em livro: minhas avós e bisavós eram marianas fervorosas e viviam com o terço nas mãos, assim como mamãe o faz até hoje, graças a Deus. Principalmente por isso, temos recebido incontáveis bênçãos na família, talvez em igual número às Ave-Maria rezadas por elas.
Minha mãe contou-me que se eu nascesse mulher, iria chamar Maria Auxiliadora, porém, o nome abençoado da Mãe de Deus acabou ficando com a minha irmã: Maria Aparecida. Mas era eu que, de pequeno, gostava de ir à igreja e alguns parentes até diziam: ‘Este menino vai ser padre!’. Essa não foi a vontade do Senhor, contudo, dedico praticamente todo o meu tempo livre às coisas do Reino.
Cresci freqüentando a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em São Paulo. Aos dezessete anos, mudei-me para Monte Sião e assistia missas no Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Vim fazer faculdade em Itajubá, passei a participar das celebrações na Matriz Nossa Senhora da Soledade e, hoje, após ajudar na construção do Santuário de Nossa Senhora da Agonia, faço parte da Comunidade de Nossa Senhora do Sagrado Coração. E, se você acha que os títulos de Maria foram apenas coincidências em minha vida, com certeza não foram.
Sou feliz por ver minha família caminhando com Maria nos passos de Jesus. Posso afirmar que a Rainha da Paz transformou os corações de todos e não deixa que haja grandes desavenças entre nós. Acabaram as brigas e confusões no meu lar e vivemos em clima de oração.
Tenho muitas histórias de graças alcançadas por meio de pedidos feitos a vários títulos da Virgem Maria. Contarei um grande favor que consegui de Nossa Senhora do Sagrado Coração; na verdade, o início da minha conversão eu devo a ela.
Eis o que escrevi no livro ‘Minha Vida de Milagres’ – Editora Santuário:
“Em 1994, quando comecei a cursar doutorado na USP, eu passava a semana hospedado na casa da minha irmã, em Campinas. Sobre a mesa que eu estudava, havia uma pequena medalha que ‘me fazia companhia’ todos os dias. Antes de abrir os livros, eu dava um beijo na medalhinha e a colocava de volta.
Com o passar do tempo, achei estranho aquele lindo objeto continuar ali, porque muitas outras coisas eram deixadas e tiradas da mesa quando a faxineira arrumava a casa, mas a medalha permanecia no mesmo lugar. Um dia, perguntei à minha irmã de quem era a bonita medalhinha e ela me respondeu que, talvez, algum de seus filhos a tivesse ganho e nem se lembrava mais como foi parar naquela mesa. E completou: ‘Se quiser, pode ficar pra você’.
Naquela época, eu usava uma corrente no pescoço sem nada pendurado nela – pura vaidade! Então, coloquei a medalha e depois fiquei sabendo pela minha mãe que a imagem era de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Soube também que, quando eu era pequeno, todos os anos íamos à festa dela no Santuário Nacional de Vila Formosa, na capital paulista.
Bem, depois que comecei a carregá-la no peito, tudo foi mudando: passei a rezar o terço, aceitei o chamado para coordenar um ministério de música católica, me envolvi com vários trabalhos em comunidade e, principalmente, o meu coração foi se tornando mais manso e humilde – semelhante ao Coração do Filho, que Nossa Senhora mostrava-me na imagem que pendurei na corrente.
E quando percebi que a medalha estava se estragando devido o uso, não tive dúvidas em substituí-la por outra e a guardei como lembrança da minha conversão. Às vezes, eu a retiro da gaveta, mostro a alguém que conhece esta história e explico: ‘Não é um objeto de sorte, mas devocional. Maria Santíssima não está nele, porém, por ter sido bento, é sagrado e um grande sinal de Deus, além de servir de inspiração nas orações’.
Muitos anos se passaram e pude retribuir um pouco da graça que recebi de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Trabalhando na comunidade em que ela é Padroeira, procuro me esforçar no serviço gratuito e sincero para me aproximar mais do amor de Deus. É emocionante cantar o ‘Lembrai-vos’ olhando para a linda imagem da querida Mãezinha no altar.”
Até parece que foi ontem que escrevi tudo isto, porque meu amor à querida Mãezinha só aumenta. Viva Nossa Senhora do Sagrado Coração! Viva a Mãe de Deus!