A medicina diagnóstica é responsável por cerca de 70% das decisões médicas e absorve em torno de 10% dos custos em saúde, o que indica ser este um mercado com um expressivo potencial de expansão e importância. Porém, seu crescimento será sustentado por algumas transformações no modelo de gestão das empresas do setor.
Hoje, a medicina diagnóstica é um conglomerado de especialidades direcionadas à realização de exames complementares no auxílio ao diagnóstico, com impacto nos diferentes estágios da cadeia de saúde: prevenção, diagnóstico, prognóstico e acompanhamento terapêutico. Fazem parte deste mercado os laboratórios de patologia clínica/medicina laboratorial, os laboratórios de anatomia patológica, as clínicas de radiologia e imagem; conjuntamente denominados de centro de diagnósticos; e também as indústrias de diagnósticos, ou seja, os fornecedores desse mercado.
Nesse contexto uma das principais discussões atuais se refere à movimentação deste mercado, verificada nos últimos anos, conseqüência da pressão dos custos e da dificuldade em acompanhar os investimentos em tecnologia realizados pelos líderes de mercado, fazendo com que as empresas familiares, maioria entre as empresas de medicina diagnóstica, iniciassem diferentes modelos de operação. Observamos, a partir daí, uma série de novas ações realizadas, como abertura de capital para o mercado, associação em clusters de produção, aquisições de empresas por prestadores (consolidação) e operadoras de saúde (verticalização), terceirização das áreas técnicas etc.
Esse mesmo movimento ocorreu por todo o mundo, com instituições crescendo de forma expressiva tanto organicamente como por aquisições, como é o caso do Labcorp Inc., nos Estados Unidos, do BML Diagnostics, no Japão, do Unilabs/Capio, atuante em praticamente toda a Europa; e também formando empresas que extrapolam as dimensões continentais, como a Quest Diagnostics Inc., presente nos Estados Unidos e Índia, a Sonic Healthcare, que atua nos países da Oceania e, mais recentemente, nos Estados Unidos.
Já o mercado de medicina diagnóstica no Brasil é bastante pulverizado, com cerca de 20.000 empresas atuantes, apesar da maior parte do volume dos exames do setor privado ser absorvida por um número reduzido de empresas. Estimamos que o crescimento dos laboratórios de análises clínicas esteja, em média, em torno de 10% ao ano, baseado no crescimento de vendas da indústria de diagnóstico in vitro, segundo dados da Câmara Brasileira de Diagnóstico (CBDL).
O processo de consolidação do mercado de medicina diagnóstica, ainda que incipiente, deverá continuar pelos próximos anos e possivelmente atrairá novos grupos interessados neste modelo de crescimento. Entendemos como principais benefícios da consolidação a velocidade de crescimento e de geração de escala para as companhias alcançarem seus objetivos de custos e sinergias.
A associação entre diversas empresas nos denominados clusters de produção traz como principais benefícios a redução de custos diretos e a troca de experiências técnicas e de gestão; e deve continuar como uma das tendências deste mercado e também ampliar seu escopo para maior integração de diferentes áreas das empresas, alcançando sinergias em setores administrativos, por exemplo. Este modelo deve ter sua base de crescimento e de atuação de forma regional.
Outra tendência é o aumento das empresas denominadas de nicho, isto é, aquelas que se posicionam de forma específica em seus produtos e serviços oferecendo testes diferenciados e tecnologias inovadoras.
As perspectivas da medicina diagnóstica no Brasil, portanto, são bastante positivas, desde que consideradas as expectativas em obter cada vez um índice maior de resolubilidade e a busca por novas estratégias de atuação.
Fonte: Advice Comunicação Corporativa