Doença cujo principal sintoma é a fraqueza muscular pode ser tratada pela nova técnica, menos invasiva e de recuperação mais rápida
Demonstrar um sorriso pode ser um ato simples demais. Mas, para os portadores da miastenia, reações musculares como rir, andar e até respirar podem tornar-se impossíveis devido à ausência da contração dos músculos, causada por essa patologia que afeta uma em cada 10 mil pessoas.
Para um grande número de pacientes, a única solução para a melhora dos sintomas é uma ressecção através de esternotomia (abertura do esterno), cirurgia mais agressiva, para a retirada da glândula timo, localizada no fundo da cavidade torácica. A posição do timo é bastante complicada para o acesso cirúrgico, já que ladeia órgãos delicados como pulmões, traquéia e coração.
A cirurgia convencional é indicada como solução para cerca de 80% dos pacientes, mas envolve a abertura do osso esterno (da caixa torácica), com grande exposição da cavidade, muitos pontos e longa estada no hospital. Com a cirurgia robótica, realizada pioneiramente no Brasil pela equipe dos cirurgiões Rodrigo Sardenberg, Ricardo Abdalla e Riad Younes, do Hospital Sírio-Libanês, foram feitas apenas três incisões de cerca de 1 centímetro cada, pelas quais foi possível a retirada da glândula. As principais vantagens imediatas, devida à pequena invasão, foram menor sangramento, menos dor após o procedimento e internação de apenas 48 horas.
Doença afeta jovens
A miastenia gravis é uma doença autoimune, que afeta mais mulheres jovens, entre 20 e 35 anos. O paciente basicamente trata-se com medicações até o momento onde a cirurgia pode ser a única solução.
A ausência de contrações musculares pode levar o paciente até a parar de respirar sozinho. A retirada do timo anula a progressão da doença, possibilitando que alguns pacientes fiquem totalmente livres de remédios.
Com a timectomia, tanto a convencional (aberta), quanto a realizada por videotoracoscopia, pouco realizada no país devido à sua complexidade, os pacientes levam vida normal, já que o timo não é um órgão vital. Ele participa do sistema imunológico dos indivíduos mais jovens, perdendo, com o envelhecimento, sua função.
Fonte: WN & P COMUNICAÇÃO