SÃO PAULO (Reuters) – Analistas reduziram suas projeções para o patamar que o juro básico do país deverá estar em dezembro, faltando uma semana para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ao mesmo tempo em que elevaram as estimativas para a inflação em 2008 e 2009.
De acordo com levantamento feito pelo Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, os analistas consultados apostam que a taxa básica de juro –a Selic– encerrará o ano em 14,50 por cento e não mais em 14,75 por cento como estimado até a semana retrasada.
A nova projeção indica que os analistas esperam um aumento mais moderado da taxa ao longo das próximas duas reuniões do Copom, a primeira na próxima semana e a última em dezembro.
Para dezembro de 2009, entretanto, os analistas mantiveram a mesma projeção: juro a 13,50 por cento.
Atualmente a Selic está em 13,75 por cento. A taxa vem sendo elevada desde abril, quando o BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário com o objetivo de trazer a inflação de volta ao centro da meta já em 2009.
Ao longo das últimas semanas a crise financeira internacional se agravou e o Banco Central do Brasil adotou uma série de medidas para garantir o fluxo de recursos no mercado de crédito do país.
INFLAÇÃO ALTA
A aceleração dos primeiros indicadores de inflação de outubro gerou efeitos sobre as projeções dos analistas consultados pelo Banco Central.
De acordo com a pesquisa, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano com alta de 6,23 por cento, acima dos 6,20 por cento estimados na pesquisa passada.
Para 2009, a projeção foi elevada para 4,90 por cento, ante 4,80 por cento no levantamento anterior.
O governo definiu para os dois anos uma meta de inflação de 4,5 por cento, com margem de variação de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.
Os primeiros indicadores de preços em outubro mostraram uma retomada do ritmo de aceleração. Nesta segunda-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) subiu 0,86 por cento na segunda leitura de outubro, ante alta de 0,04 por cento no mesmo período de setembro.
Em termos de crescimento, os analistas consultados pelo BC esperam um avanço de 5,22 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2008, ante 5,23 por cento na pesquisa passada.
Para 2009, a estimativa caiu de 3,50 por cento, para 3,35 por cento de expansão.
Fonte: Reuters