Um pensamento de Muriel Levi
Um dia, meus cunhados me convidaram para ir mergulhar em Angra dos Reis. Nunca tinha pensado em mergulhar com garrafa de oxigênio, máscara, roupa especial, enfim tudo que necessita uma atividade como essa. O pai de minha cunhada tinha um centro de mergulho e era instrutor. Lá ele provia seus hóspedes com um equipamento completo para essa finalidade. Fiquei internamente eufórica porque nunca tinha pensado ser possível viver essa experiência que eu só via em filmes.
O domingo amanheceu com sol e o dia prometia um encantamento especial naquele local. Fomos bem cedo preparar o equipamento para podermos partir de barco até o local de nosso mergulho. Todos se acomodaram e zarpamos. O cenário era privilegiado para todos, as crianças já estavam excitadas com a visão daquele mar límpido e fresco. Quando avistamos os golfinhos que pareciam seguir nossa embarcação foi um espetáculo que só a natureza sabe oferecer em abundância.
Em determinado lugar, especificado pelo comandante, o barco parou. Chegou a hora de meu “batismo”; assim é chamado o primeiro mergulho de alguém. Quando chegamos, eu e meu instrutor, ao fundo do mar, fiquei maravilhada. Quem já viveu isso sabe que é indescritível! Eu parecia uma criança descobrindo um mundo novo.
Tempos depois, estudando sobre a consciência, me recordei esses momentos e me perguntei: por que após de ter visto tantos filmes sobre o mundo marinho tive tanta surpresa? Por que tanta emoção como se eu jamais tivesse visto ou mesmo intuído nada daquilo? Por quê?
Falar da consciência não é nada fácil, mas a partir daquele episódio tão marcante, pude fazer várias reflexões. E fiquei pensando como a vida sem consciência é esquecida. Não é comum se esquecer no dia de amanhã o que se fez hoje?
Nada é permanente se não é vinculado à própria vida. E se vincula à vida, principalmente, quando a vivência é afetiva e, especialmente, feliz. É necessário que se viva e se experimente, para dizer: “eu aprendi, eu sei por que eu vivi.”
Nada é permanente se não é vinculado à própria vida. E se vincula à vida, principalmente, quando a vivência é afetiva e, especialmente, feliz. É necessário que se viva e se experimente, para dizer: “eu aprendi, eu sei por que eu vivi.”
A Logosofia, ciência do conhecimento transcendente, ensina que a consciência é essência viva dos conhecimentos que a integram. Não é adquirida com teorizações. A vivência que tive no mergulho não é a mesma para um biólogo que sabe descrever os fenômenos e fatos que está vivenciando. E não teria sido para mim tão maravilhosa sem um instrutor ao meu lado.
E onde está a consciência? Ela é essa essência de mim mesma que palpita no meu interno.
São uma infinidade de perguntas que instigam respostas sempre profundas. Elas surgem desse mundo interior. E para respondê-las, necessita-se refletir, pensar, estudar sobre si próprio.
Voltando ao mergulho, às emoções que vivenciei, à felicidade que senti com a alegria das crianças, ao medo de errar os procedimentos que me foram ensinados, à vontade de compartilhar com os demais, me invade a grande gratidão de recordar tudo aquilo e pensar nas lições que aprendi, que agora fazem parte de minha vida interna. Tudo isso ocorre mesmo ninguém percebendo. E faz parte do aprendizado de vida.
Todo potencial que existe no ser vai sendo descoberto à medida que se experimenta um conhecimento de outra ordem: o conhecimento transcendente. Esse conhecimento abre as portas de um mundo gigantesco. Esse mundo que se vai conhecendo é o melhor da vida. Digo melhor porque tudo que se realiza com consciência está sendo agregado aos haveres, à herança individual do ser. Esse é outro conceito ensinado pela Logosofia e que é grandioso. É a “herança de si mesmo.” Porém, quando eu vivo inconscientemente hoje, e esqueço amanhã, pouco se fixa à vida.
Os conhecimentos ensinados pela Logosofia são específicos e se adquirem para poder mergulhar no mundo interior e descobrir as riquezas que existem nele. Eles transformam a vida e ensinam como mudar o destino. E por que transformam? Semelhante à experiência do mergulho e do instrutor, existe um método que faz descobrir a cada dia um detalhe a mais desse mundo novo. Ao realizar um processo de evolução consciente os fragmentos de vida se integram numa só. Imensa.
Quando conheci a Logosofia, todos os que investigavam essa nova ciência buscavam conhecer uma nova vida. Uma nova perspectiva. Intuíam, assim como eu, a existência de um mundo mental a ser descoberto. É o mundo das causas de tudo quanto existe. E quando o descobri fiquei maravilhada também.