O Mineirão é o primeiro estádio da Copa do Mundo de 2014 a ter uma usina solar. O Governo de Minas e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) promoveram a cerimônia de entrega da Usina Solar Fotovoltaica (USF) do estádio nesta sexta-feira (17). O empreendimento foi financiado em 80% com fundos do Banco de Desenvolvimento da Alemanha, Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW). O evento faz parte das comemorações do Ano da Alemanha no Brasil.
A USF Mineirão tem uma potência instalada de 1,42 MWp, com cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos. Toda a energia gerada será injetada na rede de distribuição da Cemig por meio da subestação de alimentação do estádio, sendo que 10% vai retornar à Minas Arena e será utilizada dentro do Mineirão. A energia produzida será capaz de atender, aproximadamente, 900 residências de médio porte.
Já a implantação da USF Mineirinho, que terá uma potência de 1,1 MWp, está em processo de elaboração de edital. Os empreendimentos fazem parte do Projeto Minas Solar 2014 da Cemig. A iniciativa de se instalar uma central geradora de energia a partir dos raios do sol no Mineirão e no Mineirinho foi inspirada nos estádios de Freiburg, considerada a capital solar da Alemanha, de Berna, na Suíça, e nos estádios solares construídos para a Eurocopa 2008.
“A USF Mineirão deverá estar operando comercialmente na Copa das Confederações, em junho deste ano, evento que antecede a Copa do Mundo de 2014”, explica o coordenador Alexandre Heringer Lisboa. “O projeto visa também promover a eficiência energética nos estádios mineiros”, acrescenta Alexandre.
A usina começou a ser montada em dezembro do ano passado, com os trabalhos de preparação e impermeabilização da cobertura para a montagem das estruturas metálicas de suporte das placas fotovoltaicas. A USF contribuirá para que o Mineirão seja reconhecido como uma edificação sustentável e obtenha a certificação de Green Building e também para consolidar a posição da Cemig como empresa sustentável e ambientalmente correta.
“A instalação da usina solar do Mineirão honra um calendário de ações sustentáveis implementadas na obra de modernização do estádio desde as primeiras demolições até hoje. Cerca de 90% dos resíduos sólidos gerados com a obra, por exemplo, tiveram destinação sócio-ambientais responsáveis, como a terra, o metal e o concreto. É um privilégio ter em funcionamento a primeira usina solar dos estádios da Copa de 2014”, enfatiza o secretário de Estado Extraordinário da Copa (Secopa), Tiago Lacerda.
“A inauguração da usina é motivo de muito orgulho, pois é fruto de muito trabalho e dedicação de todos envolvidos na instalação”, afirma o presidente da Minas Arena, Ricardo Barra.
Durante a obra, cerca de 75.000 m³ de concreto foram britados e reutilizados para pavimentação de ruas de municípios vizinhos. Cerca de 250.000 m³ de terra foram aproveitadas em recuperação de áreas degradadas em cavas de mineradoras na Região Metropolitana e em outras obras do Estado.
Mais de 50 mil cadeiras foram doadas para ginásios e estádios do interior do Estado e toda a sucata metálica foi destinada para usinas recicladoras. Estima-se que 18 mil metros quadrados de grama foram replantados no Plug Minas, na capital, com economia de R$ 130 mil para o Estado.
Além disso, foram implantados lava rodas para limpeza dos caminhões na saída da obra para evitar sujeira no entorno do estádio. O equipamento possui um sistema ecoeficiente, que reaproveita a água por meio de caixas de decantação e bombas, com economia média de 18 mil litros de água por dia.
Para a Copa de 2014, a Cemig vai investir cerca de R$ 500 milhões no reforço da rede elétrica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A região passará a contar com novas linhas de transmissão e seis novas subestações, entre as quais a subestação Serra Verde, que já está pronta.
A Companhia investirá, aproximadamente, R$ 28 milhões em empreendimentos de energia solar fotovoltaica dentro do Projeto Minas Solar 2014, como os estádios Mineirão Mineirinho. As susestações Maracanã e Pampulha receberão novos equipamentos e serão ligadas ao Mineirão por mais de 11 quilômetros de rede subterrânea.
Fonte: Agência Minas