Ainda falando sobre alguns Mitos ou Verdades sobre a T21 (síndrome de Down), é muito importante que alguns temas sejam levantados, pois o “grande inimigo” do preconceito às pessoas com a T21, é a falta de informação, que gera a criação de rótulos ou estereótipos e que por sua vez provoca a discriminação e a dificuldade de ser ter uma inclusão de fato dessa população.
Vamos continuar com essa série de “Mitos ou Verdades”, destacando nesse artigo inicialmente cinco deles:
Um primeiro mito, e que ainda muitos acreditam, é que a T21 é uma doença. A T21 não é uma doença, muito menos contagiosa e nem hereditária. É uma alteração genética e as características físicas e psicológicas são individuais.
Um outro mito muito comum, e que foi criado exatamente devido aos “rótulos”, é que a pessoa com T21 é mais carinhosa. Infelizmente, essa é uma crença da sociedade por ter um olhar mais “infantilizado” para a pessoa com T21. Ser mais carinhoso ou mais agressivo vai depender de inúmeros fatores de personalidade, educação, fatores cognitivos, ambientais e comportamentais, e não por conta da sua condição genética. Por isso, é muito importante que a família, amigos e pessoas mais próximas, tratem as pessoas com a T21 conforme sua faixa etária, assim como qualquer outra pessoa típica.
Muitos ainda acreditam que a T21 possui diferentes graus, e isso também é outro mito. Na T21 há a presença do cromossomo extra em todos os casos e por isso não há graus. Mas há sim diferenças nas pessoas com síndrome de Down, por questões de estimulações realizadas pelos pais, e pela família, pela forma que são tratadas (respeitando sua faixa etária, como comentado anteriormente) em seus meios de convivência, mas principalmente enxergando primeiramente o ser humano, e não a sua deficiência. Ou seja, será que, se um pai ou uma mãe trata seu filho com a T21 como uma criança incapaz e que usa a sua deficiência como uma “desculpa” para não ensinar atividades básicas, para não colocar em uma escola regular achando que ele não terá um futuro, ou até mesmo superprotegendo, conseguirá essa criança se desenvolver adequadamente (respeitando sempre seus limites, é claro)? Será que, ela conseguirá ter autonomia e independência? Vale a reflexão…
Pessoas com a T21 têm a sexualidade mais aflorada. Outro mito e paradigma a ser quebrado, e que ainda perpetua pela sociedade. A sexualidade das pessoas com a T21 é igual à de todas as outras pessoas. A questão é que a pessoa com T21 tem menos possibilidades de vivenciar essa sexualidade, recebem menos orientação sexual e tem dificuldades de entender a censura, o que pode ocasionar comportamentos inadequados, e por isso, mais uma vez a importância da família e principalmente os pais não desprezarem a capacidade de entendimento de seus filhos com a T21.
E para finalizar, o “mito” sobre a questão de expectativa de vida das pessoas com a T21. Hoje, graças a evolução nos estudos, nos trabalhos de informação e conscientização, na capacitação de profissionais e com o avanço da medicina, a expectativa média de vida da pessoa com T21 ultrapassa os 60 anos. Claro que com o envelhecimento, a pessoa com a T21 necessita de uma atenção e um cuidado maior com a saúde e as terapias de reabilitação neuro cognitivas, e, portanto, aquele mito de que pessoas com a T21 morrem cedo, está indo por água abaixo…
Eduardo Hideo Sato – Pai do Rafael Gomes Sato de 12 anos e que tem a T21 e idealizador e coordenador da 1ª equipe de Futsal Down do Sul de Minas, o @t21arenapark