São Paulo – Astrônomos detectam pela primeira vez no espaço moléculas de carbono bastante peculiares chamadas Buckyball. Elas são agora as maiores moléculas conhecidas existentes no espaço, compostas de 60 átomos de carbono arranjados em uma estrutura tridimensional esférica.
Seus padrões alternados de hexágonos e pentágonos se encaixam com os de uma bola de futebol preta-e-branca. Descoberta em laboratório pela primeira vez há 25 anos, ela se tornou um campo importante de pesquisa por possuir uma força única e propriedades físicas e químicas muito interessantes.
Elas foram batizadas por sua semelhança com os domos feitos pelo arquiteto Buckminster Fuller, que possuem círculos interligados na superfície de uma esfera parcial. Entre as potenciais aplicações da Buckyball estão tecnologias de blindagem, entrega de medicação dentro do corpo humano e a construção de supercondutores.
Acreditava-se que estas moléculas voavam pelo espaço, mas elas nunca haviam sido detectadas até hoje. Usando o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, astrônomos liderados por Jan Cami, da Universidade do Oeste de Ontario, no Canadá, e membro do Instituto SETI, detectaram as Buckyballs em uma nebulosa planetária chamada Tc 1.
Apesar do nome, as nebulosas planetárias são restos de estrelas, que liberam as camadas de gás e poeira conforme envelhecem. Com o espectrógrafo do Spitzer, os astrônomos analisaram a luz infravermelha da nebulosa. Os pesquisadores também acharam pela primeira vez no espaço uma variante mais alongada da molécula, conhecida como C70. Ela consiste em 70 átomos de carbono e têm a forma mais parecida à de uma bola de rugby.
As descobertas foram publicadas na Science. Os dois tipos de moléculas pertencem á uma classe conhecida oficialmente como buckminsterfullerenes ou fullerenes. Prêmio Nobel Em 1970, o japonês Eiji Osawa previu a existência das moléculas buckyballs, mas elas só foram observadas em laboratório em 1985. Pesquisadores simularam as condições atmosféricas de estrelas gigantes, ricas em carbono.
Esses experimentos resultaram em uma grande quantidade de buckminsterfullerenes. Desde então, as moléculas foram achadas na Terra em fuligem de velas, camadas de rochas e meteoritos. A descoberta delas rendeu o Prêmio Nobel de Química em 1996 a Sir Harry Kroto, Bob Curl e Rick Smalley.
Fonte: INFO Online