Um dia, quando a mamãe onça partiu para buscar alimentos, o macaquinho encheu-se de coragem e declarou seu amor à oncinha. Também por razões do coração, ela aceitou namorar com ele. Assim, sempre que a dona onça se ausentava, eles namoravam.
O tempo passou, a oncinha cresceu e um felino da mesma espécie se interessou por ela. O macaquinho, agora adulto, teve uma ideia: levou uma linda macaca ao galho mais alto da árvore para paquerar o candidato a namorado de sua amada. E para chamar a atenção dele, o casal de macacos ficava pulando nos galhos, fazendo macaquices.
Quando a onça viu seu namorado com a macaca, ficou enciumada e resolveu romper o namoro. Sem chances de se aproximar do feroz casal de onça, restou a ele ver a família dos felinos crescer. E por outras razões do coração, o solitário macaco descia diariamente do galho para brincar com os filhotes das onças, quando os pais saiam para caçar.
O amor que ele tinha pelas oncinhas só se equiparava ao carinho de mãe para com seu filho. São questões que a natureza não explica, e referem-se a motivos do coração.
Pois é, assim também é a nossa vida: há iniciativas próprias que a razão não explica, mas acreditamos em argumentos fundamentados pela fé que existe dentro de cada coração. Por exemplo: o que leva uma pessoa a deixar tantos afazeres importantes por Jesus Cristo? E ainda: como explicar que é melhor servir a Ele do que fazer qualquer outra coisa prazerosa?
Em participações na santa Eucaristia, quantas vezes cantei isto com amor: “Eis-me aqui Senhor! Eis-me aqui Senhor! Pra fazer Tua vontade, pra viver do Teu amor; pra fazer Tua vontade, pra viver do Teu amor, eis-me aqui Senhor! O Senhor é o Pastor que me conduz, por caminhos nunca vistos me enviou, sou chamado a ser fermento, sal e luz, e por isso respondi: aqui estou!”
No mesmo momento, bons programas eram transmitidos na TV, um delicioso chopinho era servido na praça, famílias se divertiam no clube, torcedores vibravam com as vitórias de seus times, mas, os que estavam na igreja, deixaram tudo para disponibilizar um lindo serviço a Deus.
Que Ele nos abençoe sempre, porque deixar as tentações do prazer de lado e ser exemplo de dignidade cristã a cada dia não é fácil. E este seria mais um motivo que teríamos para dizer ‘não’ ao chamado do Céu, mas, por razões do coração, aceitamos continuar discípulos e missionários de Cristo.
Com certeza, quando intercedermos por algum irmão necessitado de uma grande graça, Jesus trocará nossos méritos pela bênção que pedirmos. E como isto é bom: os nossos pecados são perdoados e as nossas súplicas atendidas, mesmo sendo pecadores! Somente a Misericórdia Divina é capaz de tanto amor.
Agora já posso concluir esta reflexão afirmando que as nossas nobres razões do coração vêem do Sagrado Coração de Jesus. Desde as maravilhas da natureza até as mais impressionantes caridades do ser humano, tudo vem de Deus.
Obrigado, Senhor!