Muitos alunos que passaram no vestibular na esperança de contar com a ajuda pública para fazer faculdade começaram o ano de 2015 apreensivos com o sistema do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) fora do ar e novos contratos só podendo ser feitos a partir do dia 23 de fevereiro. Com o atraso muitos calouros que tiveram que se virar para conseguir pagar a matrícula, sem a ajuda esperada do governo, e ainda se depararam com novas regras para conseguir o financiamento.
Com as mudanças feitas pelo Ministério da Educação (MEC), passa a ser exigida nota mínima de 450 pontos no Enem e não ter zerado a redação para obter o financiamento – antes era preciso apenas ter feito o exame. A portaria proíbe que o aluno acumule bolsa do PROUNI (Programa Universidade para Todos) e o financiamento em cursos diferentes. A complementação das bolsas parciais no mesmo curso e na mesma instituição continua sendo permitida.
Como o próprio nome diz o FIES é um financiamento estudantil. O presidente da Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá (FEPI), professor Erwin Rolf Mádisson Junior, explica que para o programa existe uma associação entre duas partes, a própria instituição e FNDE que é o agente de financiamento. Quando as bolsas são liberadas a instituição disponibiliza um determinado valor e o FNDE concorda e libera para os estudantes.
O que aconteceu foi que nos dois últimos anos houve um grande oferecimento de bolsas do FIES para o Brasil e a grande maioria da população acreditou naquela oferta do governo de uma forma para pessoas de baixa renda que fizeram o ensino público poderem entrar em escolas particulares e pagar o seu curso após formado. Ano passado o Governo chegou a diminuir em muito a taxa de juros, chegando a um patamar muito arriscado (3,4% a.a.) e com os problemas que vieram a acontecer em 2014, somados à questão eleitoral, essa situação não pode continuar.
Em 2015 se começou a sentir as consequências disso. O Governo, por falta de recursos financeiros precisou restringir o acesso ao FIES e com isso os calouros que contavam com o financiamento estão encontrando dificuldades para se cadastrar e os veteranos que já tinham financiamento estão em situação complicada, já que o programa se tornou moroso e há uma data limite (30 de abril) para edição. Teoricamente quem não conseguir fazer a edição até a data não terá a continuidade do seu FIES.
É esperado que para os novos contratos a taxa de juros seja elevada para níveis racionais. Para contornar a situação de dificuldade, enquanto tem pouco recurso, o Governo optou por dificultar o acesso das pessoas ao programa. Da mesma maneira foi divulgada a informação que o financiamento só será liberado para instituições de qualidade e essa definição de qualidade que ainda virá provavelmente irá beneficiar um número muito pequeno de instituições.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM