A luta das mulheres por igualdade vem de longa data. No âmbito do trabalho, o estudo, a qualificação, melhores salários e oportunidades, bem como o respeito profissional, são pontos primordiais para o gênero. Em Minas Gerais, no último ano, 27.649 mulheres foram colocadas no mercado de trabalho, por meio das unidades de atendimento ao trabalhador do Sistema Nacional de Emprego (Sine), o equivalente a 33,25% do total de colocados. Um número ainda modesto se comparado aos 56.138 homens na mesma situação.
“Dentro das metas do governador Antonio Anastasia de tornar Minas o melhor Estado para se viver e para trabalhar, estamos alcançando grande resultados também em relação às mulheres. Nas cinco conferências regionais do Emprego e Trabalho Decente tivemos participação expressiva do público feminino, que esteve também em grande número na estadual. Na etapa nacional, que vai acontecer ainda este ano, vamos levar as discussões sobre a maior participação da mulher no mercado de trabalho e a equidade salarial”, afirma o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta.
Para aumentar suas chances de inserção no mercado com qualidade as mulheres têm buscado, cada vez mais, a qualificação profissional. Visando atender essa demanda, a secretaria desenvolveu, durante o ano de 2011, dois programas que levaram aos trabalhadores mineiros conhecimentos teóricos, técnicos e operacionais, – o Plano Territorial de Qualificação (PlanteQ) e o Usina do Trabalho.
Nesses dois programas, 4.290 educandos foram qualificados em cursos, como o de motorista de caminhão, operador de carregadeira, pedreiro em alvenaria, pintor, eletricista e bombeiro hidráulico. Desse total de educandos, prevaleceu a participação do sexo feminino, com 2.415 educandas, correspondendo a 56,29% do número total, e 1.875 homens (43,71%).
Vencedoras
Para Maria Aparecida de Paula, 51 anos, as mulheres estão na busca por oportunidades e não deve haver diferenciação entre os gêneros na hora da conquista do emprego. “O que importa é a capacidade de exercer as atividades”, afirma. “Fiquei sabendo que as unidades dos Sines encaminhavam trabalhadores para cursos de qualificação quando fui fazer meu cadastro para ver se tinha alguma vaga com o meu perfil. Não encontrei a vaga, mas tive conhecimento dos cursos e realizei logo dois, pois conhecimento nunca é demais”, comemora Maria Aparecida que concluiu, no final do ano passado, os cursos de motorista de caminhão e operadora de escavadeira. “Ambos os cursos são taxados por serem de homens, mas encarei numa boa, pois tinha outras companheiras”, pontua.
A ex-representante comercial Ivanilda Aparecida Costa Nascimento, 39 anos, sempre gostou de dirigir veículos mais pesados. Em 2012, resolveu tirar a carteira D, matriculou-se em um curso de operadora de pá carregadeira e não parou mais. Logo após, fez o curso de motorista de caminhão oferecido pela secretaria e ainda outro de operadora de empilhadeira pela empresa em que está trabalhando desde agosto de 2011. “Nessa atual função, na empilhadeira, ganho um bom salário, com os benefícios. Mas essa ocupação é muito pesada e ainda tem muitos riscos. Preferia trabalhar em caminhão mesmo, que é o que gosto. Estou em busca de outra oportunidade”, declara.
Os cursos de qualificação são ofertados em todo o Estado e todo trabalhador mineiro pode participar, sendo dada prioridade ao público de baixa renda, de menor escolaridade e com maior dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. Os cursos são gratuitos, possuem material didático e seus participantes recebem lanche e transporte (para os que se deslocam mais de dois quilômetros). A partir do mês de abril, estarão abertas as inscrições para as turmas de 2012 nas unidades de atendimento ao trabalhador do Sine, com previsão de qualificar mais de 30 mil trabalhadores.
Fonte: Agência Minas