Todos dizem isso, mas é preciso viver os dois papéis, experimentar as diferenças, para se convencer.
Ser avó é só amar, se encantar, ouvir segredos e respeitá-los, interceder, fazer doce, comprar coisas fúteis, e por aí vai. Nenhuma bronca, nenhum castigo nem reunião de escola.
Estou convencida de que reza de avó é mais forte; as mães pedem pra gente conversar com os santos sempre que um obstáculo sério aparece (passar de ano é a reza predileta das avós, desde o primário até o pós doutorado).
Quase me esquecia: avós ainda dizem primário…
Ontem minha nora fez uma festa do pijama pras amigas da Sofia, minha neta de 10 anos.
Como as amigas da Laurinha ainda não dormem fora, logo haverá uma festa do pijama pras pequenininhas também, num sábado à tarde. Hoje cedo ela me disse que quer convidar dois meninos (ela está apaixonada pelos dois e quer leva-los pra todo lado).
Viram o que eu disse? Os pais é que vão dizer não…
Mas estamos na festa do pijama da Sofia. No quarto dela os pais fizeram uma enorme tenda cobrindo um monte de colchões no chão (as camas foram parar no closet dos pais e devem ficar por lá até o fim das férias). Penduraram fitilhos coloridos no teto da tenda e iluminaram com uma luz bem fraquinha e colorida o interior da cabaninha. Ficou um luxo…
Estão lá seis meninas que se comprometeram a seguir as regras da casa (como pendurar as toalhas depois do banho, só pisar nas camas descalças, etc). Lá elas comeram brigadeiro (quando uma delas pisou no prato e sujou um lençol, elas mesmas trocaram, sob a batuta da Sofia).
Como é bom ver crianças felizes. Os olhinhos brilham, a todo momento se ouvem gargalhadas, ninguém diz “não quero” ou “não gosto” pra nenhuma comida, saem logo do banho, dobram as roupas que usaram, penduram as toalhas… Tudo aquilo que, em casa, fazem bico.
Ah, que delícia ser avó… Nenhum trabalho e toda a diversão…