Instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Dia Mundial da Alfabetização, comemorado neste domingo (8), tem a intenção de valorizar a importância da escrita e da leitura como as bases do aprendizado. Em Minas, há cerca de 10 anos, políticas públicas têm sido desenvolvidas com foco nesta temática e garantem que os alunos sejam alfabetizados na idade certa.
“A alfabetização é o período da descoberta. Não há momento mais significativo na vida das crianças que descobrir que aprenderam a ler. É algo bonito, não só para os alunos, mas para os pais e os professores. Por isso, é importante a dedicação de todos nesse início da vida escolar”, enfatiza a superintendente de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental, Maria das Graças Pedrosa Bittencourt.
Uma das primeiras ações educacionais desenvolvidas pelo Governo de Minas na última década, com foco na alfabetização, foi o ingresso das crianças no ensino fundamental aos seis anos de idade. A medida, adotada a partir de 2004, foi pioneira no país e ajudou a alavancar a qualidade da educação. “Quanto mais cedo a criança começa a ser alfabetizada, melhores serão os resultados na sua aprendizagem”, frisa Maria das Graças.
Mais do que um ensino fundamental com mais tempo de duração, o Governo de Minas criou políticas públicas para auxiliar os estudantes no processo de aprendizagem. A principal delas foi o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP). Criado em 2007, com foco na alfabetização, o PIP realiza um trabalho permanente de visitas e acompanhamento nas escolas estaduais para orientar o plano pedagógico, propor estratégias de intervenção e apoiar pedagogicamente os professores e alunos.
A efetividade das políticas públicas adotadas em Minas, com foco na alfabetização, é comprovada em números. De acordo com o Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), destinado aos alunos do 3º ano do ensino fundamental com até oito anos de idade, em sete anos — de 2006 a 2012 — o percentual de alunos que sabem ler, escrever, interpretar e fazer síntese em um padrão considerado recomendável praticamente dobrou. Em 2006, eram 48,65%. Em 2012, última avaliação realizada, esse percentual foi de 87,3%.
Na Escola Estadual Dom Eliseu, em Unaí, no Noroeste de Minas, o PIP tem contribuído para mudar a visão dos educadores. “Com o PIP, o professor não teve que abandonar sua forma de trabalhar, mas teve a oportunidade de adequá-la. Se não tivéssemos esse programa de intervenção, talvez a gente não tivesse despertado para essa melhora”, diz a especialista dos anos iniciais, Elem Cristina Silva Costa e Melo. A escola conta com cerca de 250 alunos no ciclo da alfabetização.
Na Escola Estadual Duque de Caxias, em Belo Horizonte, o uso do lúdico é o ponto forte dos educadores. Projetos de leitura e o uso do teatro e de histórias infantis auxiliam na prática pedagógica diferenciada. “Em nossa sala, nós temos uma caixa com várias histórias e um aluno é selecionado para contar uma delas do seu jeito. Eles se envolvem muito com a atividade e até se sentem professores, por um momento. O educador tem que trabalhar muito o lúdico, pois é por meio dele que a criança pega apreço pela leitura”, ressalta a professora do 3º ano do ensino fundamental, Glauce Maria de Souza Borges.
Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb 2011), último realizado, confirmaram que Minas Gerais continua sendo referência nacional quando o assunto é educação. A rede estadual mineira apresentou crescimento em todos os níveis avaliados — 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio — e está entre as primeiras do país.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, fase na qual os alunos são alfabetizados, a rede estadual mineira é a melhor do Brasil, com índice 6,0, padrão considerado pelo Ministério da Educação como referência de desenvolvimento em países desenvolvidos, sobretudo daqueles que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A rede estadual foi a primeira e a única do país a alcançar esse patamar, que é a meta brasileira para 2021. Nos anos finais, a rede estadual é a 2ª no Brasil com índice de 4,4, atrás apenas de Santa Catarina (4,7). Já no ensino médio, o ensino em Minas é o 3ª melhor do país, atrás de Santa Catarina (4,0) e São Paulo (3,9).
Fonte: Agência Minas