Quando a Igreja de Monte Sião estava sendo elevada a Santuário, entreguei ao Pe. Ramon uma declaração, confirmando a cura milagrosa que recebi da padroeira da cidade. Eis o relato que escrevi:
“Declaro, por livre vontade que, em novembro de 1992, recebi uma grande graça de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – padroeira da cidade de Monte Sião, sul de Minas Gerais.
Nessa época, encontrava-me internado no Hospital Vera Cruz, em Campinas, com uma enfermidade gravíssima no coração, chamada ‘endocardite’, além de uma trombose venosa na perna direita. O chefe da equipe médica, Dr. Vitório Verri, disse à minha esposa e a familiares próximos que eu tinha cerca de 2% de chance de vida. O mesmo médico foi contra a minha transferência para o Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, porque achava que eu não chegaria vivo ao local.
“Sabendo do meu estado clínico, minha tia, Waldina Gottardello Tavares da Silva, residente em Monte Sião, certa tarde se dirigiu à Igreja Matriz e anunciou no alto falante que eu estava precisando de oração. Um grande número de pessoas se reuniu diante da imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e rezou um terço por mim.
A partir daquele dia, comecei a me recuperar, por intercessão da Virgem da Medalha Milagrosa e, na véspera do Natal daquele ano, tive alta no hospital. Na saída, após dois meses internado, o próprio Dr. Verri me perguntou se eu havia feito alguma promessa pela minha cura, pois confirmou que não havia explicação médica para isso. Disse-me, ainda, que por não haver ficado nem sequer uma sequela em meu organismo, o caso era para ser citado e discutido em conferências médicas como ‘extraordinário em nível mundial’. Emocionado, pude dizer ao médico que a Mãe de Deus me curou.
Hoje, trabalho incansavelmente na construção do Santuário de Nossa Senhora da Agonia, em Itajubá, agradecido a Maria Santíssima – com o título de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – pela minha cura.
Por ser verdade, este filho mariano apaixonado data e assina esta declaração. Itajubá, 10 de agosto de 1999.”
Pois é, o tempo passa e a cura permanece. Serei eternamente agradecido a todos que rezaram por mim e continuo fazendo o mesmo pelos enfermos, pobres e desesperados. Quando dou este testemunho em palestras, geralmente choro ao falar do amor que sinto pela Mãezinha querida e de tantas outras graças que ela me concedeu.
E, cada vez mais, o povo procura por Nossa Senhora para pedir e agradecer: o Santuário de Monte Sião vive lotado de gente; em Campinas, minha filha sempre falava da maravilhosa fé do povo que visita a Igreja de Nossa Senhora Desatadora dos Nós; em Estiva Gerbi, são milhares de pessoas que chegam de toda parte para assistir missas e passar sob o manto de Nossa Senhora da Rosa Mística; em Atibaia, dezenas de ônibus entram e saem em oração à Mãe Rainha; enfim, abaixo de Jesus, sua Mãe é tudo o que temos de melhor para a nossa salvação.
Também em Itajubá, temos que dar graças a Deus pela grande devoção mariana na cidade. Tenho assistido missas em várias comunidades em finais de semana e as igrejas estão sempre cheias! Bonito isso, não? Enquanto tantos se perdem, colocamos o nosso coração no altar do Senhor.
Mas, como ninguém é de ferro, existem muitas outras coisas na vida que não envolvem nem oração, nem pecados, e renovam as nossas forças para enfrentar o cotidiano, tipo: uma cervejinha com os amigos, banhos de sol no clube, ginástica em academias, passeios de férias etc. Portanto, sem exageros, também podemos trilhar os caminhos do bem e do amor, mesmo sem estarmos rezando, concorda? O perigo, às vezes, é abusar da graça que veio do Céu e não saber agradecer, como nesta história:
Uma mulher foi levada às pressas para a UTI de um hospital e, lá chegando, entrou em estado de coma. Mesmo ainda respirando, encontrou-se com Deus e perguntou:
– Que é isso, Senhor? Eu morri?
– Não. Quero apenas avisá-la que você morrerá daqui a 43 anos, 8 meses, 9 dias e 16 horas.
Voltando a si e alegre por saber o longo tempo que tinha de vida, ali mesmo na clínica, resolveu fazer: lipoaspiração, plástica de restauração nos seios, rejuvenescimento do rosto, retoque no nariz, massagens na barriga, tintura no cabelo… ficando com o aspecto jovial!
Alguns meses depois, ao atravessar a rua, veio um veículo em alta velocidade e a matou na hora. Encontrando-se de novo com Deus, ela perguntou:
– Puxa, Senhor, eu achei que tinha mais 43 anos de vida! Por que morri logo depois de tantas despesas com cirurgias plásticas?
– Porque eu não a reconheci!
Por: Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).