Vou contar a bela história de Santa Francisca Romana – relato de uma Carta Circular da Obra dos Santos Anjos.
Segundo consta, ela recebeu de Deus a graça prodigiosa de ser acompanhada por três anjos diferentes durante a sua vida. Eles a guiaram, iluminaram, consolaram, mas também corrigiram e exigiram penitências de suas faltas. Nela, encontramos o exemplo de uma vida de intimidade muito grande com os santos anjos.
Santa Francisca nasceu em Roma no ano de 1384 e nutria o desejo ardente de entrar na vida religiosa, mas os planos de seus pais eram bem diferentes: queriam o matrimônio para a filha. Após alguma resistência, ela aceitou e aos 12 anos se casou com Lorenzo de Ponziani, um nobre rico que a amava muito.
Em 1399, três anos após o casamento, ela adoeceu gravemente e só não morreu porque lhe apareceu Santo Aleixo e disse-lhe: “Terás a vida, pois o Senhor quer que ainda fiques no mundo para a glória de Seu nome”. Ficou curada e, nesse mesmo ano, recebeu um anjo do nono coro. Ele não era visível para ela, mas ficava constantemente a seu lado e lhe dava sinais bem claros.
Esse anjo foi um grande amigo e conselheiro, mas também um severo admoestador quando cometia pequenas faltas, inclusive batendo-lhe no rosto. Ele vigiava todos os seus pensamentos, palavras e obras, guiando-a no caminho da santidade.
Quando deu à luz a um filho, foi o anjo que a orientou no cumprimento com amor dos deveres de mãe, dizendo que contém um valor inestimável para Deus. Enfim, esse anjo teve a missão de purificar Francisca, conduzindo-a a aceitar totalmente o seu estado de vida e esquecer o desejo de ser religiosa.
Mas como ela não podia ver o seu protetor, significava que precisava crescer na fé. E procurando viver de forma exemplar os seus compromissos batismais, a jovem passou a louvar mais a Deus através de orações, atos e agradecimentos, até que em 1413 apareceu-lhe um arcanjo que a acompanhou visível por 24 anos!
A luz desse anjo era tão forte que a santa lia e trabalhava de noite somente iluminada pela sua presença. Quando cometia alguma falta, perdia o contato visível com o arcanjo. Isso nos prova o quanto perdemos em graças quando falamos palavrões ou pecamos mais gravemente. Mas, quando se arrependia e pedia perdão a Deus, Francisca voltava a vê-lo mais belo e feliz. Através dos conselhos do anjo, ela orientava os pecadores desviados e passou a ser procurada até por doutores e teólogos da época!
Certa ocasião, contaminada ao tratar dos doentes de peste, ela foi abandonada por todos e só lhe prestava consolo o seu anjo amigo. Devido a enfermidade, um dia entrou em êxtase e lhe foi mostrada como, após a morte, o anjo da guarda de uma pessoa apresenta todas as suas boas obras diante de Deus. Poucos dias após essa visão, foi repentinamente curada.
Os inimigos infernais procuravam lançar-se sobre Francisca, porém, ela corajosamente protestava contra esses malfeitores, dizendo: “Eu não vos temo! Eu só temo ofender a Deus e vós somente podeis fazer o que Ele vos permite”.
Certa vez, quando estava com o seu neto no colo, o ataque foi tão fulminante que a criança começou a chorar. Ela, então, fez o sinal da cruz na testa e começou a recitar o início do Evangelho de São João. O seu arcanjo, então, tomou o menino nos braços e o conduziu ao berço. Muita gente foi testemunha que a criança foi à cama pairando no ar.
Em 1437, quando seu marido faleceu, Santa Francisca ingressou na Ordem das Oblatas de Maria, que ela própria fundou em 1425. Nesse mesmo dia, o seu fiel companheiro despediu-se dela com um amoroso sorriso e um terceiro anjo lhe foi enviado, ficando com ela nos três últimos anos de sua vida. Sua força era tanta que todos os demônios fugiam.
No dia 9 de março de 1440, ela rezou: “Entrego o meu corpo, meu espírito, minha vida nas Vossas mãos, Senhor Jesus! O anjo completou sua obra. Ele está na minha frente e faz-me um sinal para segui-lo”.
Pois é, Francisca Romana desde menina procurou a santidade. E a misericórdia de Deus é tanta que hoje é santa! Isso significa dizer que todos nós temos a mesma chance, certo? Por isso, não podemos medir esforços para prestarmos serviços na comunidade e ao próximo.
Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG)