Das muitas ‘histórias de sábio’ que adaptei para estes artigos, eis uma que ainda não contei:
Um esposo foi visitar um sábio conselheiro, disse-lhe que já não amava mais sua esposa e que pensava em separar-se. O sábio escutou, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra: ‘Ame-a’. Assim que se calou, ouviu a insatisfação do homem: ‘Mas, não sinto nada por ela!’ Disse-lhe novamente o sábio: ‘Ame-a’.
Depois de um breve silêncio, diante da perplexidade do senhor, o velho conselheiro explicou: ‘Amar é uma decisão cristã, não apenas um sentimento. Amar é dedicação, é entrega e o fruto dessa ação é a salvação. O amor é como um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas ou excesso de chuva, mas nem por isso abandone o seu jardim. Aceite sua esposa, valorize-a, respeite-a, dê-lhe afeto e ternura, admire e compreenda-a. Isso é tudo: ame-a!’
E, a partir de então, aquele homem começou a rezar para amar mais a mulher. Com o passar do tempo, ficou fascinado ao descobrir nos Evangelhos a forma maravilhosa como Jesus amou. Então, já com o lar bem estruturado, começou a amar os irmãos sem distinção. Um dia, após se doar a muitos por amor, escreveu estas linhas:
‘A inteligência sem amor te faz perverso. A justiça sem amor te faz implacável. A diplomacia sem amor te faz hipócrita. O êxito sem amor te faz arrogante. A riqueza sem amor te faz avaro. A docilidade sem amor te faz servil. A pobreza sem amor te faz orgulhoso. A beleza sem amor te faz ridículo. A autoridade sem amor te faz tirano. O trabalho sem amor te faz escravo. A simplicidade sem amor te deprecia. A lei sem amor te escraviza. A fé sem amor te deixa fanático. A cruz sem amor se transforma em tortura. A vida sem amor… não tem sentido algum.’
Muitas outras conclusões ele poderia ter tirado, concorda? O importante foi ter descoberto que ‘só o amor constrói’. E você, conhece algum santo que não tenha amado os irmãos? É possível que exista no Céu alguém que nunca amou com absoluta retidão? Aliás, tente se imaginar cumprindo os dez mandamentos sem amar a Deus e ao próximo… Impossível, concorda?
Neste nosso mundo de pecados, às vezes, chegamos a ficar estarrecidos com a maldade dos homens. O que fazer para melhorar o rumo das coisas erradas? Na música ‘Hino à Família’, do segundo CD do Grupo Nossa Senhora da Agonia, escrevi esta mensagem: “Há muitos lares onde impera a falsidade e a oração de cada dia é brigar; se o casal lesse sempre os Evangelhos, saberia melhor o que buscar. Nossas crianças não podem ser felizes se encontrarem a paz jogada ao léu; é dando as mãos que vamos lhes mostrar o sabor da vida lá no Céu”.
Trocando em miúdos, vou relacionar dez ações para o casal praticar na sua caminhada cristã, deixando bons exemplos aos filhos:
1. Recitar o Terço todos os dias.
2. Fazer caridade toda semana.
3. Assistir Missa aos domingos e dias santos.
4. Pagar o dízimo todos os meses.
5. Ser sempre fiel no casamento.
6. Instruir os filhos a trilhar os caminhos de Jesus.
7. Ler a Bíblia frequentemente em família.
8. Rezar diariamente pelo Papa, pela Igreja, pelos bispos, sacerdotes, vocações e religiosos(as).
9. Oferecer jejuns e penitências pelas almas do purgatório.
10. Evangelizar principalmente os mais pecadores.
Exceto jejuns e algumas penitências, os demais itens eu tenho cumprido regularmente. Sei que ainda preciso melhorar muito para não mais ofender a Deus e ganhar o meu lugar no Paraíso, mas, rezando, confessando e comungando, vou melhorando.
E você, que auto avaliação faria hoje no cumprimento das dez ações que relacionei? Nenhuma é muito difícil de cumprir, portanto, agradeça o Senhor por lhe permitir estar lendo estas linhas agora e comece também a melhorar. Se o fizer, todas as suas próximas gerações serão abençoadas pelos seus atos.
Mas, como cada um sabe de si e só Deus conhece as intenções de todos, não devemos nos colocar na condição de juiz moral de ninguém. E para melhor exemplificar que não é fácil julgar o comportamento das pessoas, vou me basear nesta história que um amigo me enviou:
Um fazendeiro comprou uma mula de outro proprietário, pagou R$ 100,00 adiantados e concordou em receber o animal no dia seguinte, mas, assim que amanheceu, só recebeu esta má notícia do vendedor:
– Desculpe-me, mas a mula morreu.
– Então, devolva-me o dinheiro.
– Não posso, já gastei tudo!
– Sendo assim, peço apenas que me traga a mula.
– E o que você vai fazer com uma mula morta?
– Vou rifá-la.
– Mas você não pode rifar uma mula morta!
– Claro que posso. Só não vou dizer pra ninguém que ela está morta.
Um mês depois, os dois homens se encontram e o fazendeiro que vendeu o animal perguntou:
– E aí, que fim levou a mula morta?
– Eu a rifei, como tinha dito que faria. Vendi 500 números a R$ 2,00 cada e tive um lucro de R$ 998,00!
– E ninguém reclamou?
– Só o sujeito que foi premiado na rifa. Então, eu lhe devolvi seus R$ 2,00.
Agora, pense e responda: qual dos dois agiu melhor? Lembre-se que o segundo rifou uma mula morta! Mas, também não se esqueça que o primeiro não devolveu o dinheiro que não lhe pertencia! É meio complicado, não? Eu sugiro que façamos bem feita a nossa parte aqui na Terra para facilitarmos o julgamento de Deus após a morte.