Algumas pessoas aproveitam as oportunidades que aparecem para melhorar de vida. Isso acontece, principalmente, porque acreditam na providência Divina, que tarda, mas não falta. Outros seres humanos preferem desprezar a mão de Deus e nem agradecem as graças que recebem.
Em 22 de fevereiro de 1931 – quando minha mãe completava dois anos de vida -, no quarto de um convento na Polônia, Irmã Faustina viu Nosso Senhor vestido de branco e, da túnica entreaberta sobre o peito, saíam dois grandes raios: um vermelho e outro branco. Jesus lhe disse: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Por meio dessa imagem, concederei muitas graças às almas”.
Eis as promessas a quem confiar na Sua misericórdia: salvação eterna, grandes progressos no caminho da perfeição, graça de uma morte feliz e outros dons que a Ele suplicarem. Para ter direito a isto, Jesus ressaltou que precisamos confiar na Sua bondade, dedicar amor ativo ao próximo e perseverar no estado de graça santificante – confissão e comunhão. Em especial, na Festa da Misericórdia – primeiro domingo depois da Páscoa -, Ele citou a última tábua de salvação aos pecadores: “Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade”.
E as promessas vão além: “Quando recitam o Terço da Misericórdia junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus e a misericórdia insondável envolve a alma. Pela recitação desse Terço, aproximas a humanidade de Mim. O Meu amor não engana ninguém”.
No livro ‘Diário – A Misericórdia Divina na minha alma’, a Irmã Faustina confessou como conseguiu intimidade com o Senhor: “Foi Nossa Senhora que me ensinou a amar Deus interiormente e em tudo cumprir a Sua santa vontade. O amor suporta tudo, o amor vencerá a morte, o amor não teme nada. Sois alegria, ó Maria, porque por Vós Deus desceu à Terra e ao meu coração”.
E que lindo este ensinamento de Jesus, citado no mesmo livro: “Procura fazer com que todo aquele que se encontrar contigo se despeça feliz. Cria à tua volta uma atmosfera de felicidade, porque tu recebeste muito de Deus, e por isso dá muito aos outros”. A isto também a santa cumpriu fielmente, mesmo tendo sofrido muito nos 33 anos que viveu. Deixou esta certeza: “O sofrimento é uma graça. Pelo sofrimento, a alma assemelha-se ao Salvador; no sofrimento, cristaliza-se o amor. Quanto maior o sofrimento, tanto mais puro torna-se o amor”.
Portanto, nada é azar e nem puramente sorte, pois Santa Faustina ainda escreveu: “A graça que é destinada para mim nesta hora, não se repetirá na hora seguinte”. E quem leu o Diário, sabe de mais esta promessa: “As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho; e, na hora da morte, não serei Juiz para elas, mas sim o Salvador Misericordioso” (Jesus Cristo).
Esta história a seguir ajuda a refletir nos pecados que nos afastam da misericórdia Divina:
Seis pessoas escalavam uma grande montanha gelada quando perceberam que haveria uma avalanche de neve. Rapidamente correram para dentro de uma caverna e se protegeram, mas a saída ficou totalmente bloqueada e não poderiam sair até chegar o resgate. Com o frio intenso e em meio à escuridão completa, um dos alpinistas resolveu acender uma fogueira com a lenha que levava. E, por algum tempo, o fogo os esquentou e aliviou seus sofrimentos.
Mais tarde, vendo a fogueira se apagando, o jovem que queimou sua lenha propôs aos companheiros que fizessem o mesmo, já que todos levavam um feixe consigo. Infelizmente, a misericórdia não estava presente no coração deles porque só havia espaço para o pecado. Um cultivava o ódio; o outro, o egoísmo, o outro, o racismo; o mais velho era invejoso; e, o último, avarento.
Então, quando pessoas do socorro chegaram, encontraram todos mortos, abraçados aos feixes de lenha. Concluíram que não fora o frio de fora que os matou, mas o frio que havia dentro dos corações. Ah, aquele que doou tudo o que tinha para fazer a fogueira, morreu sem lenha nas mãos, mas com um sorriso no rosto. Você sabe por quê?
Ele era uma pessoa de fé, que perdoava, que falava da esperança em alcançar a vida eterna, que acreditava no amor infinito do Pai e, por tudo isso, tinha compaixão dos irmãos. Nem é preciso imaginar qual deles se salvou, não é mesmo?
Quem ama a Deus na pessoa do próximo não se desvia do caminho misericordioso que nos leva ao Céu.