Numa reunião do grupo de liturgia na comunidade, o padre nos contou esta história:
Era uma vez um gato malvado que vivia caçando os bichinhos de uma numerosa família de ratos. A cada dia, um ratinho sumia. Então, resolveram fazer uma reunião para dar fim à ameaça que os abatia e, no meio da discussão, uma rata esperta levantou-se e disse:
– Vamos pendurar um guizo no pescoço do gato! Assim, sempre que ele se aproximar, ouviremos o barulho do guizo e fugiremos rapidamente.
Todos concordaram e aplaudiram a feliz ideia. Logo após, iniciaram uma festa em comemoração à derrota do felino traiçoeiro; porém, de repente, um ratinho falou bem alto:
– Esperem um pouco! Quem é que vai colocar o guizo no pescoço do gato?
Voltando à nossa reunião de liturgia, por mais algumas vezes alguém se reportou à história e comentou: ‘Quem vai pendurar o guizo no gato?’ – referindo-se às tarefas difíceis de serem cumpridas. Além de nos divertir com as brincadeiras, aprendemos esta lição: ‘Qualquer ideia só é boa se puder ser realizada com sucesso’.
E dando continuidade aos contos com animais, conheço também aquele em que um cãozinho caçador vivia perseguindo uma lebre. Quanto mais ele treinava para alcançá-la, mais ela corria e escapava. Então, o dono do cãozinho resolveu colocá-lo numa clínica de animais, onde receberia reforço alimentar e condicionamento físico especial.
Mais algum tempo se passou e lá estava o cãozinho tentando pegar a lebre novamente, mas sem nenhum êxito. Ele estava mais rápido, porém, ela corria muito mais também. E o dono do cachorro pensou:
– Não adianta insistir. Ele a persegue para me agradar, mas ela corre para salvar a própria vida!
Portanto, eis mais uma lição: ‘Quanto maior o objetivo, maior o entusiasmo nas ações’. Isso, logicamente, acontece quando aceitamos um desafio com amor e sabemos que podemos alcançá-lo.
Juntando as duas histórias, fica fácil concluir que se aliarmos determinação às boas ideias, os resultados podem ser os melhores possíveis. Além disso, rezando e pedindo as bênçãos de Deus, os riscos de fracasso tendem a desaparecer.
É assim que eu gosto de trabalhar em comunidade: participando das decisões, rezando e trabalhando em busca do objetivo maior – construir o Reino de Deus. Isso significa: respeitar e ser respeitado; perdoar e ser perdoado; amar e ser amado; estender a mão e receber ajuda; partilhar alegrias e tristezas; excluir os pecados; celebrar a Palavra; e festejar ótimos resultados. Só coisas boas!
E se o seu objetivo é chegar ao Céu, reze mais para não lhe faltar coragem de carregar outros com você. Se estiver triste com os problemas que enfrenta, então, tenha fé na Virgem Maria, que alegrará o seu coração antes mesmo do que imagina. Quem não tentar, não saberá o que deixou de receber.
Fernando Pessoa dizia: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. E a alma de um filho de Deus nunca pode recuar diante das dificuldades do cotidiano, certo? Quem tem a Sagrada Família ao seu lado, tem tudo! Então, não se afaste da Igreja de Jesus Cristo jamais. Lembre-se que o amor que recebeu no batismo ainda mora no seu coração e pode dar muitos frutos. Só depende de você!
Não se espelhe nos comportamentos dos três macaquinhos, chamados: Não Vejo, Nada Ouço e Nunca Falo. Um dia, os bichos da floresta os convidaram para rezar na caverna. Nada Ouço não entendeu, olhou para Não Vejo e perguntou o que estavam falando. Então, Não Vejo disse que Nunca Falo lhe explicaria. E acabaram não rezando.
Seja você o próximo a colocar o guizo no gato.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).