• Agenda Agenda
  • Artigos Artigos
  • Painel de Empregos Painel de empregos
  • Telefones Úteis Telefone Úteis
  • Podcast Podcasts
  • Busca Busca
  • Nosso Site
    • Quem somos
    • Conexão na Panorama
    • Mural de recados
    • Fale conosco
  • A Cidade
    • História
    • Dados demográficos
    • Fotos
    • Vale a pena visitar
  • Oportunidades
    • Outras ofertas
    • Envie sua oferta
  • Parceiros
    • Reclamações Procon
    • TamanduáTI
Buscar no Conexão Itajubá
  • Home
  • Artigos Do Divino que há em nós
  • O Homem do cachorro branco

O Homem do cachorro branco

Publicado por Dra. Graça Mota Figueiredo em 02/04/2022

Há muitos anos eu tive um paciente a quem me liguei intensamente…

Durante todas as internações e até a morte, ele falou quase nada, nem comigo nem com ninguém. Morava sozinho, e quando estava internado não recebia nenhuma visita na enfermaria. Constava da sua história que ele era solteiro; um dia me confidenciou que nunca tivera uma namorada. Mais: que nunca sequer dormira com uma mulher.

Tinha um câncer de cabeça e pescoço que lhe restringia cada vez mais a fala, a cada internação.

Um dia ele me pediu um jogo de dominó; comprei o mais bonito que achei; ele sorriu quando recebeu o presente, abriu a caixa… e jogou sozinho. Quando recebia alta ele deixava o jogo comigo, apenas para pedi-lo de volta na próxima e continuar, horas a fio, a jogar sozinho!

Uma manhã, naquele que seria o seu último dia de vida, entrei no seu quarto e ele, que já mal conseguia balbuciar (o câncer já lhe tinha invadido as cordas vocais), exclama com voz firme:

– Cuidado! Não vá machucar o cachorro…

É claro que o meu susto foi grande; de que cachorro ele falava? Onde estava este cachorro? Um cachorro, no décimo andar de um enorme hospital e de normas tão rígidas?

Mas eu já me habituara às visões dos pacientes, e as respeitava muito; afinal, a maioria delas parece ajudá-los a fazerem uma “boa viagem”…

Parei bruscamente à porta do quarto, fiz uma grande volta (afinal, eu não sabia o tamanho do cachorro) e devo ter passado longe do animal porque o meu doente abriu um sorriso que parecia bonito, mesmo naquela face toda contorcida pela doença.

Sentei-me ao seu lado e, por muito tempo, “conversamos”, porque desta vez ele aceitou falar um pouco. A dificuldade de compreendê-lo era muito grande, mas nós conseguimos. Até hoje eu penso que ele teve muita paciência comigo e com a minha dificuldade em entendê-lo…

Ele me contou que na infância tivera um único amigo, um grande vira-lata que o adorava, até que desapareceu sem que ninguém da família se dispusesse a ajudá-lo a encontrar o cão; aliás, ele me diz que sempre achou que fora a mãe quem o enxotara…

Ele sofreu muito, quieto e sozinho como era o seu hábito, e nunca mais quis uma companhia, qualquer companhia…

Até aquela manhã vivera completamente sozinho, quando re-encontrou o cão. Aliás, o cão é que o encontrara: viera buscá-lo para viajarem juntos, ele me disse.

De fato ele morreu horas depois, com um grande sorriso no rosto.

Até hoje eu agradeço a este cão, por não ter deixado o meu amigo sozinho…

 

Compartilhar

Artigos Relacionados

17/11/2025

ADÉLIA PRADO


Leia mais
13/09/2025

O que é o Deth Café?


Leia mais
02/09/2025

O VALOR DA LIBERDADE


Leia mais

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

logo

Conexão Itajubá

  • Quem somos
  • Agenda
  • Painel de empregos
  • Telefones úteis
  • Contribua com conteúdo
  • Fale conosco
  • Conexão Itajubá
  • Quem somos
  • Notícias
  • Agenda
  • Artigos
  • Painel de empregos
  • Telefones úteis
  • Anuncie
  • Assine o newsletter
  • Contribua com conteúdo
  • Fale conosco
  • Privacidade e Termos
  • youtube
  • spotify
  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
  • instagram
©2005-2025 CONEXÃO ITAJUBÁ - Hospedado por Tamanduá TI
  • Agenda
  • Artigos
  • Painel de Empregos
  • Telefones Úteis