Numa edição mais antiga da revista ‘Super Interessante’, consta uma matéria de onze páginas, intitulada: “Bíblia, o que é verdade e o que é lenda”, afirmando que descobertas recentes da arqueologia indicam que a maior parte das Escrituras Sagradas não passa de coleção de mitos, lendas inventadas e propaganda religiosa. Talvez nem valesse a pena perder tempo discutindo tamanho absurdo, mas, para ajudar a combater os anticristos do mundo, vou descrever alguns comentários do autor Vinícius Romanini e procurar emitir uma opinião sobre o assunto.
O texto diz que o Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopeia literária. O mesmo vale para as conquistas de David e as descrições do império de Salomão, no Antigo Testamento – chamados de “pequenos líderes tribais” pelo pobre jornalista. Os cientistas citados na reportagem também afirmam que: Abraão e Moisés jamais existiram; não havia muralhas em Jericó quando os hebreus tomaram Canaã; Jesus – com certeza! – foi um judeu sectário e um agitador político, que ameaçava levantar dois milhões de judeus da Palestina contra o exército romano etc.
Ainda sobre Jesus, o relato menciona que tudo o mais que a Bíblia diz Dele necessita de fé para ser considerado verdade. Comenta, também, que Mateus e Lucas omitiram algumas situações do Evangelho de Marcos por considerarem heresias! E afirma: “Em Marcos, Jesus é uma figura estranha que precisa fazer rituais de magia para conseguir um milagre”.
Para encerrar as conclusões ridículas do triste autor ateu, a matéria termina assim: “Uma bela história. Seja a da versão bíblica oficial, a apócrifa ou a que a ciência hoje propõe como a que tem mais chances de ser verdadeira”.
Já basta de asneiras, não? Embora eu relate isso aqui, confesso que li a matéria dando boas risadas das ‘piadas’ que os arqueólogos contam. Dizer que não conseguem comprovar cientificamente a existência de algum personagem bíblico, tudo bem, mas entrar no mérito religioso, contestando as Escrituras Sagradas e a própria divindade de Jesus, só pode ser invenção de quem não tem o que fazer. E mais: de que adianta, por exemplo, sabermos se Adão tinha umbigo? Descobertas sem nenhuma importância para os católicos irão mudar a nossa maravilhosa fé católica?
Eu imagino a momentânea alegria do infeliz jornalista quando terminou de escrever a matéria, achando que lançaria uma grande polêmica na mídia e colocaria dúvidas imensas nas cabeças de quase meio milhão de leitores da revista. Acredito que ele não sabe o que diz a Palavra na carta de São Paulo aos Hebreus: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados. Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela Palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível” (Heb 11, 1-3).
Portanto, qualquer coisa que venha daquele que não tem uma caminhada de vida cristã, não serve para criar polêmicas religiosas; mas precisamos ficar atentos nessas investidas de Satanás. Somente rezando e evangelizando, estaremos combatendo aqueles que tentam arrastar mais pessoas para o inferno.
E com esse objetivo de salvar almas, contei esta bonita história numa palestra:
No início da civilização humana, havia uma tribo que morava nas profundezas de uma grande caverna. Lá, não conheciam o sol, as estrelas, a natureza e quase nenhum animal. Viviam à beira de um rio subterrâneo, se alimentando de poucos peixes e sempre com medo de saírem daquele lugar.
Um dia, mesmo desautorizado pelos mais velhos, um grupo de jovens resolveu se aventurar pelos caminhos escuros e procurar descobrir outros meios de sobrevivência. Enfrentando muitos perigos, foram em frente até chegarem à boca da caverna. Maravilhados com a luz do sol e o verde da floresta, iniciaram uma discussão para resolver se voltariam ou não à tribo, buscando os que lá ficaram. Como não chegavam a um acordo, alguns foram em frente e outros voltaram – novamente enfrentando todos os perigos, por amor aos familiares que deixaram para trás.
Chegando ao fundo da caverna, os jovens eufóricos começaram a contar tudo o que lhes esperava do lado de fora, mas, julgados loucos pelos mais velhos, foram condenados à morte. Alguns morreram e outros conseguiram escapar, levando consigo mais pessoas para desfrutarem as maravilhas que Deus pôs na natureza.
O tempo foi passando e, quanto mais coisas bonitas descobriam ao ar livre, mais tentativas faziam para trazer para fora aqueles que ficaram na escuridão. E sempre a história se repetia: uns aceitavam, saíam e não se arrependiam; mas outros preferiam não acreditar em nada que lhes contavam e expulsavam os ‘loucos’.
Com base nesta lenda, posso agora dizer que a nossa luta de evangelização segue tão perseverante como o espírito dos jovens naquela caverna. Há muitos que continuam vivendo nas trevas, não conhecem os caminhos da graça e precisam ouvir os nossos testemunhos de fé. Cabe a cada um de nós, mais privilegiados, retirá-los do mundo obscuro que vivem e conduzi-los ao amor infinito de Deus.
Isso não é loucura, pois sempre foi e sempre será assim. Até que Jesus Cristo volte, milhares de pessoas O seguirão e outras infelizes O trairão. Espero que o autor da famigerada matéria da revista não esteja numa caverna muito profunda e que alguém, um dia, tenha fé e coragem para resgatá-lo.
Salve 2020!