A capacidade do Som de nos conectar com a essência divina é objeto de vários estudos esotéricos. É descrita, por exemplo, uma relação entre a nota tripla AUM e as diferentes dimensões do nosso corpo, e da nota espiritual OM com nossas aspirações mais elevadas. Segundo Anglada (Na obra:Magia Planetária Organizada), o OM é a expressão vibratória da Alma em seu próprio plano, enquanto AUM é a vibração da alma em encarnação (a personalidade) – sendo “A” expressão da mente, “U” do corpo de desejos (ou corpo astral) e “M” do corpo físico.
Em busca dessa conexão e do estado de lucidez decorrente, o OM e outros milhares de mantras sagrados são repetidos diariamente em várias linhagens religiosas nas diferentes partes do mundo. De forma similar, são empregados os vocábulos AMÉM e AMIN, que significam “Assim seja!”, como um pedido de intervenção divina na criação de algo benéfico. Também orações como a Ave-Maria e o Pai-Nosso são proferidas em busca desta confirmação e estado d’alma.
Mas, à semelhança do som repetitivo do Universo, tudo à nossa volta tem caráter mântrico, repetitivo, a começar pela batida do coração. Do nascimento à morte, imitamos o Universo e organizamos o caos interior, construindo realidades a partir de “mantras”. São decretos transmitidos pela família e pela sociedade de forma consciente ou inconsciente, e que indicam ou mesmo formatam silenciosamente a forma “adequada” de sentir, proceder e viver.
Estas frases dominantes ou palavras de ordem expressam ideias ou valores, mobilizam forças psíquicas e criam crenças e padrões de conduta. A cada segundo, constroem a identidade e o campo mental / energético / espiritual das pessoas, de comunidades e de nações. Seu poder de condicionamento independe da forma de transmissão, seja oral, escrita ou telepática, assim como do teor, positivo ou negativo. Esses verdadeiros “mantras” concretizam uma verdade universal trazida à luz por Cristo e expressa no evangelho de Mateus como: “Pedi, e vos será concedido” (Mateus 7:7).