Com certeza, qualquer mãe e pai sonham que seus filhos tenham uma vida independente, que estudem, desenvolvam habilidades, tenham uma carreira, uma família, amigos. Certo?
E por que, com pais de pessoas com a síndrome de Down (T21), isso seria diferente?
Durante muito tempo, ficou “tachado”, ou melhor, foi criado um estereótipo de que pessoas com a T21 dificilmente teriam uma vida independente e autônoma. Com isso, devido a esse “paradigma”, grande parte das famílias, educadores e a sociedade em geral, não exploravam o potencial de suas crianças, adolescentes e até jovens, por acharem que não seria possível ir além dos limites que a T21 parecia apresentar. (Por décadas, a T21 era mais comumente chamada de “mongolismo” referenciando a um tipo específico de deficiência intelectual, no caso a síndrome de Down, e foi em 1965 que a OMS resolveu não utilizar mais esse termo, porém mesmo assim, esse termo continuou sendo utilizado para as pessoas com a T21 até décadas de 80)
No entanto, graças a Deus e ao avanço da ciência, e ainda, a T21 passou a ser vista apenas como uma diferença, provocou uma mudança no olhar para essas pessoas e principalmente na quebra de paradigmas, mostrando que não necessariamente eles teriam uma vida dependente e de restrições. É claro, que as limitações existem, assim como para as pessoas típicas, e para as pessoas com T21, algumas são relacionadas à condição e outras, como em qualquer caso, variam de acordo com a personalidade, meio familiar, experiências vividas etc.
Sendo assim, é importante comentar que, o caminho é longo, visto que, muitas famílias duvidam e não acreditam nesse “novo estilo de vida” para as pessoas com a T21, e por isso ainda muitos erros são cometidos com elas, por exemplo, a falta de estímulo e a exclusão de atividades comuns à sociedade, e que no geral, são justamente esses aspectos que trazem maiores atrasos e uma vida mais dependente, com pouca autonomia.
E respondendo à pergunta do título desse texto…o futuro do Rafa a Deus pertence! Mas…Nós, acreditamos no potencial dele, buscamos desde o início estimulá-lo ao máximo, e desde os 2 meses ele faz terapias, sempre respeitando seus limites, desafiando-o, e principalmente sempre olhando o “Rafa ser humano” e não o “Rafa com a T21”, tentando promover todas as condições para ele escolher o caminho que quiser seguir. Ou seja, se o Rafa quiser ser jogador, apoiaremos. Se ele quiser trabalhar, ajudaremos. Se ele quiser fazer uma Faculdade, estaremos com ele…Uma coisa eu tenho certeza, o Rafa terá um futuro brilhante!
Eduardo Hideo Sato – Pai do Rafael Gomes Sato de 12 anos e que tem a T21 e idealizador e coordenador da 1ª equipe de Futsal Down do Sul de Minas, o @t21arenapark