A Democracia tornou-se um sonho para todos aqueles que valorizam a liberdade. Sonho e luta de muitos povos. Mas o que há por trás desse sonho?
A democracia traz consigo a promessa da liberdade, do respeito, da justiça, da oportunidade, da responsabilidade, do livre-arbítrio, enfim, de tantos valores que dignificam os seres humanos.
É comum que nosso ímpeto de mudança se altere quando se pensa o que está implicado na mudança de um conjunto. A democracia como sistema político é substancialmente um valor de um conjunto. Mas os valores de um conjunto são cultivados a partir de cada um de nós. O indivíduo é a base de toda transformação da sociedade.
O que eu devo fazer para ser um vetor da democracia? É aqui que a ciência logosófica inicia sua proposta de trabalho.
Cada um dos valores humanos existe como potência estática que precisa ser mobilizada. Quando olho para mim mesmo, para esse mundo interno que percebo que me acompanha em tudo o que faço, o que vejo ou sinto? Sou livre para tomar a decisão que quero?
O exercício da liberdade também tem origem no indivíduo. Quando me proponho a fazer algo e não encontro força de vontade suficiente para manter o que me propus fazer, quem me impediu de conseguir, se aquilo era algo que eu queria?
Na verdade, eu sou refém de vários pensamentos sabotadores das minhas energias, pensamentos que roubam a liberdade que eu supostamente tenho dentro de mim mesmo.
O conhecimento dos pensamentos (sugerimos a leitura de artigos sobre esse tema) é fundamental para que eu entenda que forças atuam na minha mente. Essas forças movem-me — ora me permitindo conquistar o que me proponho, ora me fazendo prisioneiro de um destino estranho ao que projetei para mim.
Da mesma forma, às vezes embarco na onda de ideias extremistas, que pregam o separatismo, que certamente não surgiram daquilo que mais prezo como ser humano. Evidentemente são pensamentos que me levam a pensar e fazer coisas que não condizem com o que eu realmente sinto. Que liberdade posso pretender alcançar num grupo, em sociedade, se nem comigo mesmo consigo exercê-la?
A educação com esse gênero de conhecimentos vai dando para cada indivíduo um poder que, em conjunto, deverá ser exercido com a máxima liberdade. Esse aprendizado consiste em saber discernir se o que nos conduz são os pensamentos do ambiente ou se é o produto do discernimento pessoal. Em suma, é aprender a pensar, sendo dono dos próprios pensamentos.
Ao mesmo tempo que se alcança a liberdade interna, também nos qualificamos para a liberdade na sociedade. As duas caminham juntas!
O poder emana do povo e por ele deve ser exercido. Esse poder tem origem em cada ser humano entendido como indivíduo e não enquanto imerso em uma massa. A assimilação dos conhecimentos acerca do próprio mundo interno capacita progressivamente cada indivíduo e, em consequência, a sociedade da qual faz parte.
Ninguém poderá duvidar de que será muito mais fácil os homens se entenderem, quando sua evolução alcançar o grau de realização suficiente com base nos conhecimentos que integram a ciência do seu aperfeiçoamento integral — tão necessários para conservar o equilíbrio psicológico e o funcionamento regular das faculdades internas —, do que quando sua mente permanecer alheia às leis pelas quais deve reger seu pensamento.
Olhar para a humanidade e achar que, por julgar impossível mudar o estado das coisas, o melhor é abster-se; é o mesmo que negar a felicidade a si mesmo — uma felicidade cujas bases estão no indivíduo.
“Impõe-se, portanto, uma nova cultura nesta ordem, e a respeito cabe-nos assinalar que a Logosofia já deu as bases e as diretrizes que poderiam propiciar isto até sua máxima expressão”.
Um pensamento de Cláudio Puga