O Terceiro Elemento

” Só com duas pernas para correr, sem garras, sem presas para caçar, frágil e vulnerável, o homem seria um escravo, o cavalo fez dele um rei.” Este é um fragmento de um poema de Lima Duarte que enaltece o valor do cavalo para a humanidade. O poder, descoberto pelo homem com a ajuda do cavalo, criou uma aura mística envolvendo estes dois seres e confere aos cavalos dons mágicos e sobrenaturais .

De certa forma temos uma idéia de como ao longo da história foi se formando na mente dos homens um pensamento que dá aos cavalos ares de divindade e magia. Podemos começar dizendo que o advento da equitação parece um presente Divino pois na natureza a união entre dois seres biologicamente diferentes é praticamente impossível, mais não o foi para o homem e o cavalo. Esta união forma um terceiro elemento, diferente de todos os seres existentes , neurofisiologicamente ligados, metade homem, metade cavalo. Para os antigos era difícil imaginar que isto não era um presente divino. Vários povos acreditavam que os cavalos tinham poderes mágicos e os usavam como oráculos para muitos fins, como por exemplo, os Celtas para prever o futuro. Na mitologia muitos cavalos mágicos povoam o imaginário das pessoas como Pégassus, o cavalo alado; o unicórnio, o cavalo cujo único chifre tem poderes mágicos; as éguas comedoras de gente que foram caçadas por Hercules; o centauro e muitos outros. Atualmente a humanidade deixou de acreditar em muita coisa, mais ainda não deixou de acreditar na força mística do cavalo. Porém o cavalo é tão místico e sobrenatural quanto qualquer ser da natureza e sua relação com o homem também é natural. O terceiro elemento, embora tenha se formado a apenas oito mil anos, passou a fazer parte da natureza e atualmente através dos estudos da neurofisiologia da equitação sabemos como ele se processa. Sentidos de pro percepção , transmissão de estímulos nervosos e uma série de contatos para a comunicação ligam o homem e o cavalo até que simetricamente as duas metades ajam como se fosse um só elemento.

Portanto, o fascínio que eternamente o cavalo exerce sobre as pessoas, leigos ou não, sempre será envolto em uma aura mística pois quando ligados a eles vivemos uma transformação , como um passe de mágica, ganhamos força e poder para poder executar uma tarefa difícil para o homem em um mundo globalizado e consumista, o ato de conhecer a si próprio.