O Rio de Janeiro que é bonito por natureza, mas também tem se protagonizado em relação a insegurança pelos altos níveis de criminalidade. Entre as cidades olímpicas, o Rio de Janeiro tem índices de violência só comparáveis a de Atlanta que recebeu a edição de 1996. Desta vez a insegurança não ficou somente neste quesito, mas também o risco na entrega das obras em tempo hábil e com isto não deixar o Brasil passar por mais um vexame mundial.
A duas semanas da abertura oficial, estou me esforçando para observar e passar aos nossos ouvintes e leitores a situação da cidade sede ao entregar a infraestrutura de mobilidade e acessibilidade aos locais de competições, bem como dos estádios, ginásios e pistas.
Minha primeira apresentação está focada no projeto “Porto Maravilha” onde foi revitalizada cerca de 5 milhões de metros quadrados na área portuária da cidade. Esta obra está sendo considerada um dos maiores legados da olimpíadas, com várias vias expressas, mergulhões, e túneis, integrando a outras regiões.
Experimentei o VLT (veículo leve sobre trilhos) que ainda está em teste (e por isto nem precisei pagar pelas idas e vindas). Um design bonito com aspecto de tecnologia moderna, ainda está com média de velocidade baixa e com paradas não planejadas. O VLT vai ligar a região portuária, passando pela rodoviária Novo Rio com várias paradas nas mediações da Praça Mauá, Central do Brasil, Praça XV onde tem a estação das barcas, integrando outros tipos de transportes como metrô, trens, barcas e redes de ônibus BRT e convencionais. Neste percurso foi possível perceber que existe um esforço concentrado para conseguir terminar os pequenos detalhes como calçadas, arborização, sinalização, pinturas entre outras. Há trechos que estão totalmente terminados e outros com alta concentração de funcionários que promovem uma correria alucinante, mas com baixa produtividade pelos métodos aplicados. Mesmo com a correria e provavelmente problemas de qualidade, acredito que esta parte será entregue em tempo. Na parada dos museus é a área mais visitada, pois se caracterizou como área de grande apelo turístico principalmente pelo museu do amanhã e do museu de arte do Rio (MAR). O visual é realmente fantástico.
Passei também pelo BRT que é o transporte rápido de ônibus. Um corredor exclusivo que reduz o tempo de transporte. O trecho em que utilizei estava liberado, mas existem várias placas informando que a primeira fase está concluída e que a segunda inicia-se em setembro. Este transporte também faz parte do sistema de integração com os demais tipos de transportes existentes melhorando a mobilidade e facilitando ao usuário.
Falta muito ainda para visitar, mas na próxima semana teremos uma visão mais completa, principalmente relacionadas a vila olímpica onde a mídia anunciou ontem a geração de constrangimentos em função do comitê olímpico da Austrália ter proibido seus atletas de entrar nos apartamentos em função de vazamentos da rede hidráulica, fios elétricos descobertos e sujeiras.
Enfim, a tensão continua e a torcida também, porém muito mais pela estrutura física do que pelo desempenho dos atletas brasileiros.
Pelo menos essa é a minha opinião!