Brasília – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu hoje (14) estender o mandato da Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti (Minustah) até meados de outubro de 2009.
De acordo com o centro de notícias da ONU, o Conselho de Segurança reconheceu o impacto na estabilidade e na segurança do país das manifestações que derrubaram o primeiro-ministro em abril e dos furacões que passaram pelo país nos meses de agosto e setembro e seguiu a recomendação apresentada no relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Em decisão unânime, a resolução aprovada mantém a força de paz com 7.060 homens nas tropas e 2.091 policiais. “A atuação continuada da Minustah ainda é indispensável. Como ficou claro nos eventos de abril, o componente de segurança da missão continua tendo uma participação crítica garantindo a estabilidade do país”, diz o relatório de Ban Ki-moon.
Em abril, seis dias de manifestações violentas geradas pela frustração ante a alta dos preços de alimentos levaram à queda do governo. A estabilidade do país ficou prejudicada com os quatro meses sem primeiro-ministro, já que o governo teve dificuldades em chegar a um acordo para a formação da nova administração.
A resolução também deu as boas vindas à nova primeira-ministra, Michèle Pierre-Louis, e chamou a comunidade internacional a continuar dando suporte ao Haiti, que é atualmente o país mais pobre do hemisfério ocidental.
A decisão foi contrária às manifestações realizadas na última sexta-feira (10), pedindo a retirada imediata das tropas da ONU do Haiti. Segundo informações divulgadas por organizações sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), diversas entidades da sociedade civil haitiana assinaram um documento pedindo a saída das tropas, classificadas como de ocupação, e o envio de pessoal civil que trabalhe na reconstrução do país.
Atualmente, o Brasil tem tropas na capital haitiana, Porto Príncipe, e é responsável pelo comando da componente militar da missão, a cargo do general Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Fonte: Agência Brasil